O funkeiro Daniel Pedreira Sena Pellegrine, 20, conhecido como MC Daleste, tocava em uma festa junina quando foi morto com um tiro no bairro CDHU San Martin, em Campinas, na noite de sábado (6).
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o cantor falava com o público que assistia ao show quando foi atingido por um tiro no abdômen e caiu no palco.
Ele foi ferido por volta das 22h40 quando a festa junina, organizada na avenida comandante Aladino Selmi, já reunia muitas pessoas.
Um vídeo postado por fãs do MC na internet supostamente mostra o momento em que ele é baleado. Veja abaixo.
O MC foi levado por membros de sua equipe ao pronto-socorro do Hospital Municipal de Paulínia. Ele chegou a ser entubado e encaminhado para o centro cirúrgico, mas não resistiu e morreu à 0h55, informou a assessoria do hospital.
O corpo do MC será velado no Cemitério da Vila Formosa, zona leste de São Paulo, neste domingo às 16h e será enterrado na segunda-feira (8) às 9h.
Nenhum suspeito do crime foi preso, segundo a SSP. O cunhado da vítima esteve na 4ª Delegacia de Polícia (Taquaral), onde o caso foi registrado, para ajudar a polícia nas investigações.
A Delegacia de Homicídios da Seccional de Campinas informou no início da noite deste domingo que já recebeu imagens de pessoas que gravavam o show no momento em que o cantor foi baleado. As imagens serão enviadas ao Instituto de Criminalística (IC) para perícia.
De acordo com o delegado Rui Pegolo, responsável pela apuração do caso, as imagens podem apontar de onde partiu o tiro que matou o MC.
O CRIME
O cantor MC Daleste foi baleado cerca de dez minutos após subir ao palco. Houve dois disparos: um que não acertou ninguém e varou a parte de trás do trailer em que ele cantava e outro que acertou MC Daleste no abdômen. O tempo entre um tiro e outro foi de cerca de dois minutos.
Pessoas que estavam no show acharam que o estampido do primeiro tiro era uma bombinha ou um tiro para o alto. Quando a segunda bala acertou o cantor, demoraram a entender o que estava acontecendo. "Depois, todo mundo começou a correr desesperado", disse uma garota de 16 anos que estava próxima ao palco.
Segundo a Folha apurou, o crime teria sido encomendado --não se sabe ao certo o motivo. Segundo pessoas que presenciaram o crime, Daleste criou desavenças na cidade em outras apresentações. Ele fez pelo menos outros três shows na região neste ano.
Havia mais de mil pessoas no show, segundo a produção, e cerca de 4.000 em toda a festa junina, de acordo com a organização. Não havia policiamento no local e uma equipe da Força Tática chegou só depois que o cantor já tinha sido levado para o hospital. Ninguém foi preso.
Marcelo de Souza, 29, cunhado e produtor de MC Daleste, disse que "está todo mundo tentando encontrar uma resposta para o que aconteceu". "Ele era um menino novo que não tinha briga com ninguém. Não tem explicação."
"Tem várias versões [para o crime]. Tem gente que diz que era por causa de mulher, outros que dizem que o alvo era outra pessoa que estava no palco e até quem fale que foi a polícia."
Uma equipe do IC (Instituto de Criminalística) esteve no local na manhã deste domingo (7). O caso foi registrado como homicídio no 4º DP (Taquaral), mas o B.O. será transferido para o 7º DP (Barão Geraldo), responsável pela região onde o crime ocorreu.
PANCADÃO PAULISTA
O MC Daleste iniciou sua carreira no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo. As letras de suas canções são voltadas para o 'pancadão paulista' ou 'funk ostentação', que deixou de lado os temas como preocupação social para dar lugar às grifes, roupas de marca, carros de luxo, bebidas, dinheiro e mulheres.
Em um dos trechos da música "Angra dos Reis", por exemplo, o MC afirma: "Sem caôzadinha, eu quero paz e money, se eles tiram onda, eu tiro tsunami. Som no último volume, zé povinho fica brabo. Nasci pra ser patrão, nunca vou vira funcionário. No peão ali em Angra fiz mais de 10 mil em compra, de onde o cifrão vem não é da sua conta".
Reprodução Cidade News Itaú
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