Páginas

segunda-feira, julho 29, 2013

Fantástico mostra novas imagens do ataque de tubarão no Recife


Mais uma vez a praia de Boa Viagem, no Recife, foi cenário de uma tragédia. Uma banhista de 18 anos morreu após ser atacada por um tubarão. O Fantástico mostra agora como foram os últimos momentos de Bruna Giobbi. E discute: por que tem tanto tubarão nessa área?
O Fantástico mostra novas imagens de um episódio que chocou o Brasil nesta semana. Na segunda-feira, 22 de julho, na Praia de Boa Viagem, em Recife. A paulista Bruna Giobbi, de 18 anos, acaba de ser vítima de um ataque de tubarão. A jovem morreria horas depois.
Foi o fim trágico de uma semana de férias na casa de parentes. Depois de dez anos, Bruna voltava a Pernambuco. “Quando eu comprei a passagem, ela ficou muito feliz. Ela começou a arrumar as malas gritando: eu vou para Recife”, conta Josete Nascimento Silva, mãe de Bruna.
“Todo o lugar que você possa imaginar nós tiramos foto. A Bruna estava muito feliz”, conta Daniele Souza, prima de Bruna.
Momentos de alegria interrompidos. “Eu não sabia que a minha filha ia vir de São Paulo para cá acontecer o que aconteceu. Jamais”, diz a mãe de Bruna.
Bruna e quatro primos foram à praia juntos. Ela tirou uma foto, pouco antes das 13h, que mostrava a frase “te amo”, escrita na areia da praia. Ia mandar para o celular do namorado, mas não teve tempo. Entrou no mar.
“Aí nós ficamos na praia e a água estava acima do umbigo, quando veio uma série de ondas puxando a gente para dentro do mar, foi quando a Bruna foi arrastada que nenhum da gente sabia nadar”, conta Felipe Alves, primo de Bruna.

Três primos conseguiram sair da água. Bruna e Daniele, não. “Eu procurava o chão e não conseguia pisar, e ela se apavorando, batendo muito na água. Aí foi na hora que eu olhei para o lado e ela já estava com a mão levantada, balançando, pedindo ‘socorro, pelo amor de Deus, me tira daqui’. Ela gritando desesperadamente”, lembra Daniele.
Daniele estava mais longe da praia, como mostram as imagens de uma câmera de segurança na orla. Os salva-vidas tentavam chegar nas duas. De repente, o choque.
“Eu percebi que era um ataque de tubarão pela quantidade de sangue que saía da Bruna durante o deslocamento para fazer o salvamento”, diz Marcio Machado, salva-vidas.
No momento exato do ataque é possível ver as nadadeiras do tubarão. Uma poça de sangue se forma. “A gente entrou em desespero começou a chorar, e eu fiquei em choque, só olhando”, conta Antonio Carneiro, primo da vítima.
Bruna estava a 50 metros da areia e a cerca de 2,5 metros de profundidade, segundo os bombeiros. Parte da perna esquerda foi amputada e sofreu três paradas cardíacas. Morreu pouco antes da meia-noite.

É a 24ª vítima de ataque de tubarão na Região Metropolitana do Recife, em 21 anos.
O litoral pernambucano virou rota para os animais, principalmente para os tubarões-tigre, depois da construção do Porto de Suape, nos anos 80, segundo os pesquisadores.
“Zonas portuárias tradicionalmente são zonas com riscos mais elevados de ataque de tubarão”, declara Fabio Hazin, pesquisar. 
A suspeita é a de que um tubarão-tigre tenha atacado Bruna, uma das espécies mais violentas. Ele é atraído pelo vai e vem dos navios no porto. Ao se aproximar de Suape, o tubarão cai em uma corrente marinha para o Norte. Depois entra em uma espécie de canal, paralelo à costa, e fica bem perto da praia.
“Por isso, nesse trecho do litoral, aumentam exponencialmente as chances de se sofrer um ataque de tubarão”, diz o pesquisador.
O Ministério Público quer impedir o banho de mar em áreas de risco. “Os bombeiros poderiam ter evitado que a banhista entrasse no mar, se existisse um decreto proibindo o banho de mar naquele trecho, que é notoriamente perigoso pra esse tipo de atividade”, declara o promotor Ricardo Coelho.
O governo de Pernambuco discorda. “Se a gente fosse interditar partes da praia, nós teríamos ter que colocar ao lado de cada banhista um policial”, declara Rosângela Lessa, presidente do com. de monitoramento de tubarões.
Para o órgão que monitora os tubarões, as medidas tomadas já são suficientes. Uma delas é a colocação de placas nos 30 quilômetros de orla.
Os avisos são colocados nas áreas de risco. As placas estão há cerca de cem metros de onde Bruna foi atacada. 
A prima diz que o grupo não foi avisado devidamente sobre o risco que corria. “Passou dois salva-vidas. Ele alertou no momento em que um dos meus primos estava entrando no mar e ele estava indo para uma região onde as ondas estavam um pouco mais altas. Mas em momento algum ele falou para mim que naquele local existia risco de tubarão”, conta.
O bombeiro nega. “A gente avisou e pediu para eles se dirigissem para um local mais seguro”, diz o salva-vidas Abraão Barros. 
No dia do ataque, o barco responsável pelo monitoramento e captura de tubarões estava parado. Não funcionava há sete meses. Voltou à ativa quatro dias depois da morte de Bruna.
“Eu acho que as entidades locais, prefeitura, governo, têm que se responsabilizar por isso porque foi a minha prima. Alguém tem que tomar uma providência. Vai acontecer com outros também?”, indaga a prima de Bruna.

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!