O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, expressou neste sábado por meio de um comunicado sua "profunda preocupação" pelo "banho de sangue" no Egito e defendeu o direito de serem realizadas manifestações pacíficas.
"As autoridades têm a obrigação moral e legal de respeitar o direito de manifestações pacíficas e a liberdade de expressão", disse Kerry em comunicado sobre os fortes choques que estão ocorrendo no Egito entre partidários do deposto presidente Mohammed Mursi e seus opositores.
Segundo o Ministério de Saúde do Egito, os confrontos deixaram 72 mortos, enquanto a Irmandade Muçulmana fala em 66 vítimas fatais.
O secretário de Estado advertiu que o Egito se encontra "à beira do precipício" e é necessário um processo no qual todas as partes da sociedade se sintam representadas.
Kerry conversou hoje por telefone com o vice-presidente interino do Egito, Mohamed ElBaradei, com o ministro das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, e com a responsável política das Relações Exteriores da União Europeia, Catherine Ashton, para expressar sua preocupação pela situação.
O secretário de Estado disse que o Egito vive um "momento crucial" em sua história, após os protestos que em 2011 derrubaram o governo autoritário de Hosni Mubarak.
"Há dois anos a revolução começou. O veredicto final não está ainda decidido, mas o que quer que se passe impactará para sempre o país", analisou.
Kerry afirmou que a violência neste "ambiente de extrema volatilidade" afetará o processo de reconciliação e democratização do Egito e influenciará "negativamente na estabilidade regional".
O chefe da diplomacia americana pediu que autoridades egípcias coloquem urgentemente um fim nas "detenções políticas" e libertem os "líderes políticos", pedido que já fez em referência à prisão de Mursi por parte do Exército egípcio.
"Um processo político integrador é necessário para conseguir o mais rápido possível um governo eleito, livre, justo e comprometido com o pluralismo e a tolerância", disse Kerry.
Reprodução Cidade News Itaú
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