O Ministério Público descobriu, em uma nova investigação, o envolvimento de policiais militares com o crime organizado em São Paulo. Escutas telefônicas mostram que em vez de defender a população, alguns homens da corporação cobram propina para proteger traficantes da facção PCC.
A Band teve acesso às escutas com exclusividade.
No início da gestão do Secretário de Segurança Pública de São Paulo Antônio Ferreira Pinto, em 2009, foi tomada uma decisão: centralizar as apurações sobre o PCC na Polícia Militar. Mas as polícias Federal e Civil continuaram investigando o tráfico. E em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça descobriram que policiais militares combinavam com os criminosos o recebimento de propina para proteger pontos de venda de drogas.
Em uma das gravações, o traficante se revolta porque apesar de pagar a propina tem problema com a PM.
Muitos dos policiais suspeitos de envolvimento com o PCC ainda trabalham normalmente. As provas contra eles se transformaram em relatórios de inteligência, arquivados com o aval da cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Estado.
Com a certeza da impunidade, aos agentes da Polícia Militar passaram a extorquir e executar traficantes. A facção revidou com uma guerra que matou mais de cem PMs no ano passado – a maioria sem envolvimento com o crime organizado.
O governo paulista disse que acompanhava os passos do PCC através de centrais de grampos instaladas dentro de quartéis da PM controladas por um coronel da reserva e um promotor de Justiça.
A principal estação de grampo estava direcionada para a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, onde está a cúpula do PCC. Porém, ela não registrou negociações entre os chefes da facção dentro do presídio considerado de segurança máxima.
Procurada pela Band, a Secretaria de Segurança respondeu com uma nota em que diz não tolerar desvios de conduta e que vai apurar qualquer irregularidade envolvendo policiais.
Reprodução Cidade News Itaú
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