Defesa de acusados da morte de F Gomes pede desaforamento de julgamento e juiz diz que decisão cabe ao TJRN

A defesa de alguns dos acusados da morte de F Gomes requereu ao TJ, o instrumento jurídico do desaforamento para o julgamento dos réus. Isso significa que o júri popular de dois dos acusados, que está marcado para acontecer em agosto aqui em Caicó, pode ser transferido para Natal. Indignado com a situação, o irmão do jornalista F Gomes publicou um texto em uma rede social que foi rapidamente endossado e subscrito por vários blogueiros de Caicó e amigos do saudoso radialista.

Na publicação, Ilmo diz:’‘Só de imaginar que o júri do nosso irmão e inesquecível F. Gomes poderá sair de Caicó nos enche de um sentimento de revolta e decepção. Será que é grito de Justiça que vem das ruas de Caicó que atormenta os que defendem os assassinos do meu irmão? Porque tanto medo de manter esse júri em Caicó, terra que F. Gomes tanto amou e defendeu? Onde estão os que incentivavam F. a lutar pelos injustiçados? E os que se diziam amigos de F. Gomes? Morreram juntos com ele?”

De acordo com o juiz criminal de Caicó, Luiz Cândido de Andrade Villaça, o instituto do desaforamento existe,entre outras coisas, para garantir que um júri popular não se realize onde exista pressão e clamor social, o  que se verifica quando a vítima é uma pessoa querida.O desaforamento,portanto, pode  acontecer em casos onde percebe-se que as condições descritas acima podem interferir na imparcialidade do julgamento popular.

Ainda segundo Villaça, a decisão sobre o local do julgamento de F Gomes caberá ao TJ/RN, mas,  ele, como magistrado responsável pelo caso, emitirá sua opinião jurídica ao TJ acerca do assunto.

 ”Só saberemos onde será o julgamento do caso F Gomes  quando o TJRN julgar o pedido da defesa  e isso deve ocorrer nos próximos dias. Por enquanto, a data esta marcada e será em Caicó”,completou o magistrado.

O JURI

A Justiça havia marcado para cinco de agosto júri popular de dois dos seis acusados do assassinato.Vão a julgamento o comerciante Lailson Lopes, “Gordo da Rodoviária”, e o mototaxista João Francisco dos Santos, “Dão”, acusados de serem autor intelectual e executor do crime, respectivamente.

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