O Ministério da Defesa confirmou, nesta terça-feira, que um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que levou o ministro Celso Amorim à Bolívia foi revistado por autoridades do país.
No entanto, a inspeção -que não foi autorizada pelo ministro, segundo nota da Defesa- teria ocorrido em outubro de 2011 e não de 2012, como foi noticiado nesta terça-feira pelo jornal "Valor Econômico", citando o site "Diário do Poder", do jornalista Cláudio Humberto.
Portanto, a revista foi feita antes de o Brasil conceder asilo, em maio de 2012, ao senador de oposição Roger Pinto. O político boliviano está até hoje na embaixada brasileira em La Paz, aguardando um salvo-conduto por parte do governo de Evo Morales para deixar o país em segurança rumo ao Brasil.
O Ministério da Defesa disse à Folha que o motivo da inspeção de 2011 não foi informado ao ministro Amorim.
"Houve, no segundo semestre de 2011, ações por parte de autoridades bolivianas que configuraram violações de imunidade de aeronaves da FAB, uma delas envolvendo o avião que levou o ministro da Defesa em viagem oficial à La Paz no final de outubro de 2011", diz o comunicado divulgado pelo ministério.
Após a revista não autorizada, o Itamaraty, por meio da embaixada do Brasil em La Paz, encaminhou uma "nota de reclamação" à chancelaria boliviana.
"No documento, a embaixada informou que a repetição de tais procedimentos abusivos levaria à aplicação, pelo Brasil, do princípio da reciprocidade", diz o texto.
Amorim viajou a Santa Cruz de La Sierra em 3 de outubro de 2012 para a doação de dois helicópteros da FAB ao governo da Bolívia. O Ministério da Defesa garante que, nesta viagem, não houve revista do avião da FAB.
No começo de julho, o avião de Evo Morales foi impedido de sobrevoar países europeus e teve de passar por uma revista na Suíça sob a suspeita -segundo o governo boliviano- de que estaria levando o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos EUA.
Logo após o episódio com o avião de Evo, a presidente Dilma Rousseff se manifestou, condenando de forma dura a ação dos países europeus.
"O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina", disse Dilma, na época.
Reprodução Cidade News Itaú
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