A Polícia Civil, durante coletiva à imprensa na tarde desta segunda-feira (15), deu detalhes sobre as investigações que culminaram com a prisão dos sequestradores das filhas do presidente da Câmara de Cubatão (SP), Wagner Moura dos Santos. Os suspeitos foram detidos em São Vicente, no litoral de São Paulo.
O diretor do Deinter-6, Aldo Galiano, confirmou que o caso foi acompanhado desde o primeiro dia de sequestro, mas o resgate foi descartado por conta da dificuldade em se chegar no local do cativeiro e por vontade dos familiares. Segundo Galiano, os sequestradores ameaçaram mandar pedaços dos corpos das meninas, caso a polícia fosse avisada. "Elas foram mantidas na Serra do Mar, próximo à Cubatão, mas em cima de um morro, de mata fechada. Nem com sobrevôo de helicóptero teríamos condição de ver, qualquer invasão seria difíciil e colocaria em risco a vida das reféns", explica.
Galiano revelou ainda que os três criminosos que invadiram a casa do vereador e levaram as reféns, dois maiores e um menor, participaram também do assalto à casa da prefeita de Cubatão, Márcia Rosa. "Eles foram reconhecidos, são os mesmos três elementos que assaltaram a casa da prefeita, 15 dias antes. Dois deles foram detidos por conta desse assalto, para que não avisassem os outros de que estávamos no caso do sequestro", relatata.
O diretor do Deinter-6 também falou sobre os valores negociados com os criminosos. "Inicialmente, eles queriam R$ 1 milhão, depois baixaram para R$ 500 mil. Por fim, o valor pago foi R$ 202 mil, que foram deixados em uma lata de lixo em uma estrada de terra. O que ajudou a acelerar a negociação foi o estado de saúde das meninas. Elas já estavam debilitadas, com gripe e picadas de insetos. Além disso, alguns palmiteiros já estavam chegando perto do local, então começou a ficar difícil manter o cativeiro", conclui.
O caso
Foram presos na manhã desta segunda-feira (15), em São Vicente, no litoral de São Paulo, dez suspeitos de terem participado do sequestro das filhas do presidente da Câmara de Cubatão, Wagner Moura dos Santos. A polícia acredita que 14 pessoas façam parte da quadrilha de sequestradores.
O secretário do Estado de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, esteve em Santos, no litoral de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, e comentou a prisão dos suspeitos. “Na verdade esse sequestro está esclarecido. Como todos sabem, elas foram libertadas ontem e, hoje de manhã, os suspeitos já foram presos. São 14 participantes dessa quadrilha que realizou o sequestro. Nove foram presos nessa madrugada, dois já estavam presos e faltam ser presos dois ou três ainda. A polícia não realizou a intervenção antes por uma questão de estratégia, para não colocar em risco a vida das reféns. E parte do dinheiro (do resgate) já foi recuperada. A polícia já sabia até o local, mas entendeu que seria um risco uma operação naquele local”, afirma o secretário.
A ação envolveu policiais do GOE, DISE, DIG E AntiSequestro. Eles agiram simultaneamente em 10 lugares. Segundo a polícia, sete pessoas foram presas, sendo cinco homens e duas mulheres. Um dos cativeiros foi descoberto na cidade de São Vicente, porém, a polícia acredita que há outro cativeiro em Cubatão.
As irmãs, de 16 e 21 anos de idade, foram sequestradas na manhã do dia 6 de junho, no bairro Vila Nova, em Cubatão. Três homens teriam invadido a casa da família, onde estavam somente as duas jovens. Os bandidos roubaram alguns objetos e levaram como reféns as filhas do presidente da Câmara de Cubatão, Wagner Moura dos Santos. Depois de 38 dias em cativeiro, elas foram encontradas pela Polícia Rodoviária na altura do Km 49 da pista sul da Anchieta.
Reprodução Cidade News Itaú
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