Depois de quase sete anos como campeão e com um recorde de dez defesas consecutivas do cinturão dos médios, Anderson Silva cansou. Não que ele tenha perdido para Chris Weidman por causa disso, ele foi lá e apostou no seu estilo de sempre – talvez até demais – e acabou sendo pego por um grande rival. Mas deu para perceber o peso que saiu de suas costas.
“Claro que ninguém quer perder, treinei duro por quatro meses para essa luta, mas no final ele foi melhor e merece respeito”, resumiu o brasileiro, ainda no octógono. Mas era nítido em seu semblante um misto de tristeza pela derrota com alívio pela situação.
Antes de cada resposta havia um suspiro, mas que não parecia de lamentação e sim de dever cumprido após uma longa e dolorosa jornada. Ele estava cansado e não necessariamente de forma física. Ele estava cansado de, aos 38 anos, ser o maior lutador da história do UFC e carregar o fardo de ser considerado invencível. Anderson queria apenas ser humano.
Não estou falando que ele perdeu de propósito, para tirar esse peso, mas essa derrota veio a calhar para ele poder seguir em frente como Anderson Silva, e não como o super-herói Spider. Não deve ser leve a pressão de ser sempre infalível para o mundo inteiro.
Para um cara que é apontado como melhor, a reação mais comum seria querer retomar o trono, voltar ao topo o mais rápido possível, mas essa é a última coisa que passa pela cabeça do lutador. Ele quer simplesmente parar, não quer mais defender cinturões, quer pensar fora da caixinha. Vai lutar boxe, ser ator, quem sabe voltar ao UFC em outra perspectiva.
Por tudo que Anderson já mostrou, acredito que ele ainda tem muita lenha para queimar, mas admito que não me surpreenderia se ele tivesse anunciado a aposentadoria ali mesmo no octógono. E aposto que isso passou pela cabeça dele. Seria um belo fim de carreira, mesmo que com derrota. Seria para um grande rival e em um grande show. A cereja do bolo de tudo que ele já fez. Todo mundo tem o direito de ser humano, até Anderson Silva.
Reprodução Cidade news Itaú
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