O cantor e compositor Renato Russo, morto há 17 anos, "volta" ao palco de Brasília para cantar ao lado da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. Uma tecnologia inédita no Brasil, e utilizada apenas uma vez no mundo, vai permitir que o público possa ver e ouvir o ex-líder da Legião Urbana, cantando uma de suas músicas. O show, que acontece no próximo dia 29, às 20h, no Estádio Mané Garrincha, terá ainda a participação de diversos artistas, que vão interpretar algumas das canções mais conhecidas do compositor.
Subirão ao palco ao lado da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional os artistas Alexandre Carlo (vocalista do Natiruts), André Gonzales (do Móveis Coloniais de Acaju), a violinista Ann Marie Calhoun, DJs Criolinas, Ellen Oléria, Fernanda Takai, Hamilton de Holanda, Ivete Sangalo, Jerry Adriani, Jorge dü Peixe (do Nação Zumbi), Luiza Possi, Lobão, Sandra de Sá, Zélia Duncan e Zizi Possi.
Sob regência do maestro Claudio Cohen, a orquestra vai executar músicas da Legião Urbana e composições da carreira-solo de Renato Russo. A principal atração do evento vai ser a projeção de um holograma do cantor, para a interpretação de uma ou duas músicas.
De acordo com o produtor musical Rafael Ramos, o show terá uma hora e meia de música e exibição de vídeos com entrevistas e depoimentos. Está prevista a apresentação de 14 a 16 composições.
A produção do evento não informou se os músicos que fizeram parte da Legião Urbana, como o guitarrista Dado Villa-Lobos e o baterista Marcelo Bonfá, vão participar do show.
A tecnologia usada para trazer o cantor ao palco do Estádio Mané Garrincha é inédita no Brasil, segundo os produtores do evento. A projeção, que está a cargo do produtor e diretor Mark Lucas, que já trabalhou com bandas como Pearl Jam e Red Hot Chili Peppers, só foi utilizada até o momento em um show em homenagem ao rapper Tupac Shakur, no ano passado.
A apresentação foi anunciada pelo filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, a Legião Urbana Produções e o governador Agnelo Queiroz, no fim de fevereiro.
“O GDF entra nessa parceria oferecendo o estádio, como parte dos eventos de inauguração do Mané Garrincha, para mostrar que ele é realmente multiuso. O Renato projetou o nome de Brasília, que é a cidade do rock. A tecnologia vai permitir por alguns minutos tê-lo de volta com a gente”, afirmou o governador Agnelo.
“A tecnologia vai permitir absorver a energia do meu pai no palco. Será uma homenagem à cidade e ao meu pai. Escolhemos o Mané Garrincha porque foi o lugar onde houve o último show e teve aquela confusão. Esse evento, na verdade, era um sonho do meu pai, junto com o maestro Silvio Barbato. Infelizmente não foi possível realizar com ele em vida, mas agora estamos realizando essa vontade dele”, afirmou Manfredini.
Venda de ingressos
Foram colocados à venda 47 mil ingressos. As vendas tiveram início no último dia 7. O primeiro lote de entradas aconteceu durante dois dias e aconteceu exclusivamente pela internet. As vendas em geral foram abertas no dia 9 (veja postos de venda abaixo).
Os ingressos custam R$ 50 (arquibancada superior), R$ 80 (arquibancada inferior e arquibancada vip), R$ 100 (pista), R$ 200 (pista em frente ao local onde será projetado o holograma do cantor) e R$ 300 (camarote). Os valores são referentes à meia-entrada. Cerca de 47 mil ingressos serão colocados à venda.
"Aqueles que não têm a carteirinha de estudantes vão poder pagar meia levando um agasalho", afirma o produtor executivo do show, André Noblat. Segundo o produtor, as peças arrecadadas serão destinadas à Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedest).
No mesmo palco
O show vai acontecer exatamente 25 anos e 11 dias depois da última apresentação da Legião Urbana em Brasília. No dia 18 de junho de 1988, uma grande confusão se formou depois que a banda decidiu deixar o palco após 50 minutos de música.
Um fã invadiu o local de apresentação e agarrou o cantor no meio da música “Conexão Amazônica”. Antes disso, bombinhas e outros objetos foram atirados contra os músicos. Renato xingou o público e também foi xingado. No momento da confusão, ele gritou contra os policiais.
O público começou a promover um quebra-quebra a entrar em confronto com a Polícia Militar. Mais de 50 mil pessoas lotavam o estádio na ocasião. Muitos acabaram entrando sem pegar.
Por conta dos incidentes, o cantor Renato Russo sempre dizia que nunca mais voltaria a cantar em Brasília porque a cidade não oferecia estrutura para um evento de grandes proporções. O filho do cantor disse que o pai tinha o sonho de se apresentar na cidade novamente. "Agora, vamos realizar esse sonho dele", afirmou Giuliano Manfredini.
Reprodução Cidade News Itaú
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