quinta-feira, junho 06, 2013

#RevoltadoBusão encerra protesto após cerca de quatro horas em Natal

Manifestantes usaram lixo para interditar avenidas e quebraram placas durante a #RevoltadoBusão em Natal (Foto: Filipo Cunha e Felipe Gibson/G1)

O movimento #RevoltadoBusão voltou às ruas nesta quinta-feira (6) para protestar contra os aumentos nas passagens dos ônibus da Grande Natal e cobrar melhorias no transporte público. Centenas de manifestantes participaram do ato, que começou a concentração por volta das 17h nas imediações do viaduto da BR-101 no cojunto Mirassol, e se encerrou às 21h30 nas proximidades do shopping Midway Mall. Protestos semelhantes aconteceram nesta quinta em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Goiânia.

Diferente do que aconteceu no último dia 15 de maio, quando houve confronto entre a Polícia Militar e os integrantes do movimento, desta vez o ato transcorreu sem intervenção policial. De acordo com o major Marlon de Góis, que comandou o Batalhão de Choque da PM no local, o momento mais tenso ocorreu quando um manifestante caiu do viaduto Quarto Centenário.

"Usamos a cautela, mas sentimos que alguns deles é que partiram para o confronto", afirmou o policial, pouco depois de uma pedra ter sido atirada contra as viaturas na avenida Bernardo Vieira, perto do cruzamento com a avenida Salgado Filho. A estimativa da PM, que assumiu o comando da segurança depois que o movimento saiu do perímetro da BR-101, é que 400 pessoas participaram da caminhada e 200 se concentraram nas imediações do Midway Mall.

Na pauta de reivindicações que o movimento #RevoltadoBusão mantém no Facebook, consta a redução imediata das tarifas em toda Grande Natal; fim da dupla função do motorista cobrador; bilhetagem única (ônibus e alternativos); integração entre os ônibus da Grande Natal; passe-livre para estudantes e desempregados; criação do fórum permanente sobre transporte público; ônibus 24h; renovação imediata de toda frota; retorno imediato de todas as linhas extintas; e construção de corredores exclusivos para ônibus, bem como malha viária adequada para ciclistas (ciclovias).

O protesto
O protesto desta quinta-feira começou por volta das 17. Após a concentração na parada do circular da UFRN, no conjunto Mirassol. Os manifestantes desceran para a BR-101 e queimaram pneus em frente ao shopping Via Direta. Integrantes do movimento negociaram com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que aguardou uma proposta em que os manifestantes só ocupassam uma das faixas da rodovia federal.

Entretanto, apesar de a Justiça ter autorizado o emprego de força policial para coibir qualquer interrupção no trânsito da cidade, o movimento ignorou a determinação e ocupou as duas pistas da BR-101. A PRF observou a movimentação enquanto tentava negociar a liberação das vias. O grupo tentou fazer 'roletaço' - ato de entrar no ônibus sem pagar - no sentido Natal-Parnamirim e em seguida atravessou a rodovia, partindo em direção ao Midway Mall.

No caminho o representante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Jules Queiroz, tentou intermediar a dispersão do movimento. "Há uma decisão judicial que impede o bloqueio da BR-101. Existe o risco de repressão policial caso a ocupação continue", explicou o advogado. O movimento parou na altura do viaduto do conjunto Potilândia para decidir os rumos do protesto. A decisão foi continuar. Antes disso, os manifestantes promoveram mais um 'roletaço'.

A caminhada foi desviada na altura do viaduto Quarto Centenário. O grupo passava pelo viaduto no momento em que um dos integrantes caiu. A #RevoltadoBusão então seguiu pela avenida Prudente de Morais até o Midway Mall. No caminho, sacos de lixo foram queimados.

Ônibus
O diretor da empresa Cidade das Dunas, Augusto Maranhão, informou que as empresas não impediram que alguns motoristas parassem de circular. Não se sabe quantos de fato interromperam o itinerário dos veículos. De acordo com o fiscal da empresa Via Sul, Edivaldo Nelo, a empresa recomendou que os ônibus fossem recolhidos. Segundo Nelo, cinco veículos da empresa tiveram os vidros quebrados.

Reprodução Cidade News Itaú

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