Abalada e chorando muito, a professora de uma escola particular em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá, declarou em depoimento à Polícia Civil que acreditava que a criança de três anos de idade, morta após ser esquecida dentro do carro, havia saído do veículo junto com o filho de 9 anos e outra menina, em direção à escola. Ela contou que normalmente a criança descia do carro com as outras, entretanto, não foi o que ocorreu no dia 19.
A professora foi ouvida nesta segunda-feira (24) pelo delegado Marcelo Torachs, no inquérito aberto para apurar o caso. Ela é amiga da mãe da criança, que também trabalha na mesma escola particular, e havia pedido naquele dia para a colega levar a menina até o local, que fica no Bairro Menino Deus. “Ela ainda estava em estado de choque e foi difícil colher o depoimento por conta da situação. Mas a professora admitiu que não percebeu a menina dentro do carro e só foi vê-la no final da tarde, sentada na cadeirinha”, disse o delegado ao G1.
No dia 19, a professora relatou que chegou um pouco mais cedo à escola e foi para o estacionamento. Ao parar o veículo, as crianças desceram e a professora ainda continuou dentro do carro por alguns minutos analisando documentos escolares. Depois, travou as portas do carro e seguiu para dentro da escola. “Ela disse que não percebeu a presença da criança e acredita que a menina deveria estar dormindo no momento. Por isso só foi cair em si do que havia ocorrido no final da aula”, frisou o delegado.
As aulas iniciaram às 13h e, conforme a perícia técnica, a menina permaneceu por quatro horas trancada no veículo. O banco estava molhado de suor e a certidão de óbito apontou desidratação como causa da morte.
Foi somente por volta das 17h, contou o delegado, que a professora se encontrou com o filho no corredor da escola e pediu para ele buscar a criança na sala. “O garoto retornou dizendo que ela não havia comparecido na aula quando se deu conta de que tinha ficado no carro. Ele correu em direção ao estacionamento e tentou resgatar a vítima. Mas a professora o tirou do local e percebeu que a criança já estava morta”.
A menina estava sem o cinto de segurança na cadeirinha. De acordo com o depoimento da professora, não era de costume colocá-lo. Algumas marcas na maçaneta das portas e na janela foram encontradas pelos peritos, porém, o delegado destacou que não é possível afirmar que são da vítima. Isso porque as impressões digitais não seriam suficientes para fazer a coleta e, posteriomente, o exame de comprovação.
A professora foi indiciada por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Dessa forma, o delegado Marcelo Torachs avalia que deverá finalizar o inquérito ainda nesta semana e pretende ouvir apenas os pais da criança. “Eles também estão abalados com o fato e sem condições de comparecer à delegacia no momento. Isso foi uma fatalidade. Acredito que ainda nesta semana concluo o relatório”, afirmou Torachs, que encaminhará o documento ao Ministério Público Estadual (MPE).
As aulas na escola particular estavam suspensas desde a quinta-feira (20) e foram retomadas nesta segunda (24).
Reprodução Cidade News Itaú
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