O gaúcho Carlos Augusto Lopes Oss, 44, suspeito de praticar crimes de estelionato em três Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro), foi preso pela Polícia Civil do Rio na noite de quarta-feira (5), quando esperava atendimento em um posto do Detran (Departamento de Trânsito do Estado). Oss é apontado como chefe de uma quadrilha especializada em aplicar o golpe do bilhete premiado e teria lucrado até R$ 20 milhões nos últimos quatro anos, segundo o delegado da 14ª DP (Leblon), Rodolfo Waldeck.
De acordo com Waldeck, as vítimas do bando, preferencialmente idosos e mulheres, eram abordadas na rua por pessoas que se diziam analfabetas, e que portavam um falso bilhete premiado no valor de R$ 1 milhão. Enquanto a vítima orientava o estelionatário sobre como proceder em relação ao prêmio, outro criminoso, identificando-se como empresário, se aproximava com a proposta de ajudar a pessoa humilde em troca da divisão do dinheiro entre os três.
Nesse momento, o indivíduo analfabeto simulava aceitar a oferta, mas pedia garantias financeiras caso o empresário --na maioria dos crimes, tal função caberia ao próprio Oss, de acordo com a polícia-- e a vítima resolvessem ludibriá-lo. A vítima era então coagida a fornecer dinheiro e joias, entre outros bens, e ficava esperando o retorno do empresário, o que nunca ocorria.
O prejuízo para as pessoas enganadas variava de R$ 20 mil a R$ 300 mil, segundo a polícia. O destino dos lucros obtidos com os crimes de estelionato ainda está sendo investigado.
O delegado da 14ª DP afirmou, no entanto, que Oss comprou pelo menos dois carros com o dinheiro. A quadrilha possui ainda outros 11 membros –seis suspeitos já foram identificados e estão sendo procurados. Além do gaúcho, a Polícia Civil deteve Maria Sheila Guerra, que também integraria o grupo, na semana passada.
"Espero que nossas vovós fiquem atentas e não caiam no conto do bilhete premiado, que não fiquem sensibilizadas por qualquer caipira humilde que as pare na rua", afirmou o delegado, que espera que a divulgação da imagem do criminoso leve a mais denúncias.
Oss também é alvo de investigações policiais no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Ele teria iniciado as atividades criminosas em 2008, e viajaria para o Rio de Janeiro semanalmente com o objetivo de praticar estelionato nos bairros da zona sul da cidade. Na capital fluminense, há contra ele 25 procedimentos apenas na 14ª DP. O gaúcho já foi reconhecido por cinco vítimas.
A pena prevista para o crime de estelionato é de um a cinco os anos de prisão. "Considerando que só aqui ele é investigado em 25 procedimentos, supondo que pegasse pena mínima em cada um deles, já seriam aí 25 anos de cadeia", explicou Waldeck.
Reprodução Cidade News Itaú
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