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terça-feira, junho 04, 2013

Preso aponta assassino de advogado em Natal, mas nega ser o mandante

O comerciante Expedito José dos Santos, de 47 anos, preso há seis dias sob suspeita de ter participado da morte do advogado Antônio Carlos Oliveira, assassinado no último dia 9 de maio, nega ter matado ou mandado executar a vítima. Contudo, admite que o carro dele, uma Doblò, foi usado no crime e que ele mesmo, ao fugir para o Ceará, tocou fogo no veículo com medo de se complicar. "Meu erro foi ter fugido e ter queimado o carro. Eu não sabia que meu carro seria usado em uma morte. Só soube quando me devolveram o automóvel. Sou inocente", afirmou Expedito em entrevista exclusiva ao G1, concedida nesta terça-feira (4) no Centro de Detenção Provisória de Pirangi, na zona Sul de Natal. A mulher de Expedito também está presa.
Antônio Carlos foi morto a tiros no Bino's Bar, no bairro de Nazaré, zona Oeste da capital potiguar. Segundo a Polícia Militar, testemunhas disseram que um homem gordo o seguiu até o banheiro. Depois, tiros foram disparados e o suspeito foi visto correndo com uma pistola na mão. Ainda de acordo com informações da polícia, o homem fugiu em um Doblò cinza de placas MMW-6343.


Expedito é natural de Coronel Ezequiel, cidade distante pouco mais de 140 quilômetros de Natal. De camiseta azul, calção e barba por fazer, Expedito aceitou gravar a entrevista na condição de não ter sua imagem divulgada (ouça a entrevista ao lado).
No relato, que afirma ser o mesmo dado à Polícia Civil, ele afirma que viu o advogado uma única vez, há três meses, ocasião em que Antônio Carlos teria se desentendido com um pedreiro por conta da disputa de um terreno em São Gonçalo do Amarante. "Ele ameaçou o pedreiro. Esta pode ter sido a motivação", disse, ressaltando que o pedreiro, que ele afirma conhecer, não foi o autor dos disparos que vitimaram Antônio Carlos.
"Quem matou o advogado, pelo que sei, foi um homem gordo. Foi ele quem matou. O pedreiro dirigiu o carro. Eu só fiquei sabendo disso quando ele me devolveu o carro", reafirmou. “Ele tinha o costume de usar meu carro. Porque ele trabalhava pra mim como pedreiro, para carregar material”, explicou. Questionado sobre quem matou Antônio Carlos, o comerciante disse saber quem puxou o gatilho. O nome do suposto assassino e do pedreiro não serão publicados pelo G1 para não comprometer as investigações. 
Expedito admitiu que o carro dele foi usado no crime e que este seria seu único envolvimento. O comerciante também contou que estava em casa, com seus filhos, quando o crime aconteceu. “Ele pediu (o carro) às 18h30 e voltou por volta das 21h15 ou 21h30”, recordou. “Ele disse que tinha dado os tiros em uns caras, mas podia guardar o carro que não tinha problema, que ninguém tinha anotado a placa”, relatou.
A placa do carro de Expedito, contudo, foi anotada por uma das testemunhas do assassinato assim que o suspeito fugiu. Ainda na noite do crime, o comerciante diz ter recebido ligação de um delegado afirmando que a placa do carro tinha sido identificada e o veículo estava no nome de um policial civil que havia vendido o veículo para Expedito. O delegado, ainda de acordo com o o comerciante, chegou a aconselhar que ele se apresentasse à polícia. "Eu disse pra ele que só ia pela manhã, mas fiquei com medo. Fiquei apavorado. Arrumei minhas coisas, chamei minha família e viajei; fui para o Ceará. Minha esposa só está presa porque me acompanhou”, afirmou.
Suposta  motivação
O advogado Antônio Carlos Oliveira teria morrido por causa de uma discussão em um terreno de propriedade de Expedito. O suspeito conta que teria comprado um terreno de seis lotes para construir um supermercado em São Gonçalo do Amarante. Um homem afirmou que era dono do terreno e acionou a imobiliária onde teria comprado. O advogado teria sido contratado pela  imobiliária e, de acordo com o próprio Expedito, teria ido ao local três meses atrás, onde teria feito ameaças ao pedreiro quando este levantava um muro cercando o terreno.
Expedito disse que comprou o terreno ao próprio pedreiro, em troca de uma motocicleta. “Ele ameaçou o pedreiro”, reafirmou.
Mentiras
Para o delegado Roberto Andrade, que investiga o caso, as declarações do comerciante são mentirosas. "Ele está tentando se safar dessa. É claro que ele tem participação no crime", afirmou.
Por fim, o delegado mantém a versão de que a polícia ainda não sabe o que realmente motivou a morte do advogado e não revela qual, de fato, foi a participação do comerciante e da mulher dele no crime.

Reprodução Cidade News Itaú

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