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terça-feira, junho 11, 2013

PM acusado de matar advogada a pauladas no RN começa a ser julgado

Corpo de advogada foi enterrado nesta sexta (Foto: Anderson Barbosa/G1)O juiz Ederson Solano Batista de Morais, titular da Vara Única da Comarca de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte , marcou para o dia 17 de julho o início do processo de julgamento do soldado da Polícia Militar Gleyson Alex de Araújo Galvão, acusado de matar a pauladas a advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37 anos. O crime aconteceu na noite de 14 de fevereiro deste ano dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal. Durante a audiência serão ouvidas as testemunhas de defesa e acusação e, caso não haja pedido de novas diligências por qualquer das partes, o magistrado poderá interrogar o réu e já proferir sentença, decidindo se o PM vai ou não à júri popular.

A audiência de instrução e julgamento, segundo informa o site do TJ do RN, está agendada para ter início às 9h, na sala de audiência do Fórum Desembargador José Humberto de Azevedo Barbalho, que fica na rua Ana de Pontes, Centro de Santo Antônio.
Para o advogado da família da vítima, Emanuel de Holanda Grilo, "o juiz provavelmente pronunciará o réu, pois a competência do Tribunal do Júri para julgá-lo é indubitável. A não ser que, no curso da instrução processual, venha a ser descoberto que o crime se deu com objetivo de subtrair algum bem da vítima, o que configuraria o crime de latrocínio, cuja competência é do juiz singular. Mas é incontroverso que Gleyson foi quem matou Vanessa”.
Gleyson, que está preso desde a noite do assassinato, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima).
Em depoimento à polícia, o acusado disse que a advogada, sua ex-namorada, teria ficado enfurecida com uma ligação que ele havia recebido e tentado agredi-lo. Em razão disso, os dois, “entraram em vias de fato e, durante essa contenda caíram ambos, não lembrando o que ocorreu depois disso”, diz o documento.
Ainda segundo o depoimento, Gleyson afirma ter passado boa parte do dia anterior à morte da advogada bebendo com ela e que, a briga, teria sido iniciada porque ele havia se recusado a revelar o nome da pessoa que havia ligado para o celular dele. Também consta no relato do PM que ele “não sabe como aquele pedaço de madeira foi aparecer no interior daquele quarto”, acrescentando “que só depois da prisão começou a entender onde se encontrava, mas que os policiais de serviço não deixaram mais que ele entrasse no quarto”.
A família de Vanessa Ricarda não acredita que ela tenha ido se encontrar com o suspeito para beber. Genilson Dantas, cunhado da advogada, afirma que ela era evangélica e não consumia bebidas alcoólicas. Ele também disse que acredita que Vanessa tenha ido se encontrar com o policial militar sob ameaça. “Ele sempre dizia que iria matá-la e que também mataria pessoas da família”, disse Genilson.
Segundo o capitão Fábio Sandrine, comandante do batalhão da PM na cidade de Goianinha, onde o soldado estava lotado, Gleyson tem sete anos de corporação. "Ele trabalhava na praia da Pipa, mas foi transferido para a cidade de Passagem. Só que ele não se apresentou. Então recebemos esta triste notícia que ele havia matado a namorada. Lamentável", comentou o oficial no dia seguinte ao crime.
O policial, preso em flagrante, encontra-se detido no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal.
Já a advogada, foi inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em 2011, segundo a própria OAB no RN. O corpo dela foi enterrado no dia 15 de fevereiro, no cemitério público da comunidade de Santo Antônio da Cobra, distrito a 18 quilômetros de Parelhas, na região Seridó.

Entenda o caso
Familiares e amigos acompanharam o enterro (Foto: Anderson Barbosa/G1)De acordo com a polícia, funcionários do Motel Cactus, onde a advogada Vanessa Ricarda foi espancada, acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. “Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM.
Ainda segundo o oficial, o PM foi encontrado na área comum do prédio onde funciona o motel. O tenente contou também que Gleyson apresentava sinais de embriaguez e manchas de sangue pelo corpo. “Ele vestia somente um short, que estava todo sujo de sangue”, afirmou.
Ao entrarem no quarto, os policiais encontraram a advogada desacordada e ensanguentada. “O rosto dela estava bastante desfigurado e os objetos do quarto revirados”, relatou o delegado Everaldo Fonseca.

Reprodução Cidade News Itaú

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