A Ordem dos Advogados do Brasil, por meio da seccional do Rio Grande do Norte (OAB/RN), marcou para a próxima sexta-feira (7), em frente ao Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, um protesto para cobrar medidas de combate à violência contra os advogados. Este ano, três advogados foram assassinados no estado. Segundo a assessoria de imprensa da Ordem, pelo menos 300 pessoas devem participar da manifestação.
Ainda de acordo com a assessoria da OAB/RN, o protesto também exige agilidade nos processos que investigam os homicídios dos advogados Marcelo Roverlando Jorge de Moura, assassinado em Apodi, Antônio Carlos de Souza Oliveira, morto dentro de um bar em Natal, e Vanessa Ricarda, morta a pauladas dentro de um motel na cidade de Santo Antônio. O caso do advogado carioca Anderson Miguel da Silva, assassinado há dois anos dentro de seu próprio escritório, em Natal, também será relembrado durante o ato, além dos assassinatos dos advogados Gilson Nogueira (1996), Bianca Mesquita (1999) e João Régis Cortes de Lima (2008).
A concentração acontece a partir das 10h30 no estacionamento da OAB/RN, na rua Dr. Lauro Pinto. De lá, os advogados seguem em caminhada até o Fórum Miguel Seabra Fagundes, que fica na mesma rua.
Antônio Carlos
O advogado Antônio Carlos Oliveira foi assassinado no dia 9 de maio em Natal. Ele estava no banheiro do Bino's Bar, no bairro de Nazaré, quando levou vários tiros na cabeça.
Testemunhas disseram à polícia que o advogado foi ao banheiro e um homem gordo o seguiu. Em seguida, pessoas ouviram tiros e viram o suspeito saindo do local correndo com uma pistola na mão.
No último dia 29, um casal foi preso suspeito de envolvimento na morte do advogado e confessou envolvimento com o crime. A informação foi repassada pelo secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Aldair da Rocha. O homem e a mulher estavam escondidos em Fortaleza, no Ceará, e foram trazidos para a Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), onde admitiram participação no assassinato. Segundo Aldair, outras pessoas ainda devem ser presas. A motivação do homicídio ainda não foi confirmada pela polícia.
Marcelo Roverlando
O advogado Marcelo Roverlando Jorge de Moura, de 38 anos, foi assassinado a tiros no dia 9 de janeiro em Apodi. Segundo a polícia, a vítima estava a duas quadras de casa, no bairro de Nossa Senhora da Conceição, quando dois homens armaram uma emboscada, o abordaram e efetuaram vários disparos. Os suspeitos fugiram numa motocicleta. Ninguém foi preso.
De acordo com o capitão da PM Inácio Brilhante, comandante do policiamento ostensivo na região, o advogado emprestava dinheiro a juros. “Suspeitamos que o crime pode ter ligação com esta prática”, disse o oficial. Ainda segundo a Polícia Militar, Marcelo já trabalhou como agente penitenciário.
Vanessa Ricarda
A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 36 anos, morta a pauladas no dia 14 de fevereiro dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal.
O ex-namorado dela, o soldado da PM Gleyson Alex de Araújo Galvão, foi preso em flagrante. A Justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público e ele aguarda julgamento preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Anderson Miguel
Outro caso emblemático envolvendo a morte de um advogado no estado é o de Anderson Miguel da Silva, também assassinado a tiros. Ele foi morto no dia 1º de junho de 2011 dentro do seu próprio escritório, no bairro de Lagoa Nova, em Natal. Um homem entrou na sala dele e disparou várias vezes. As imagens do suspeito, monitoradas por um circuito interno de câmeras, não foram gravadas pelo equipamento. Os tiros atingiram o pescoço, o tórax e os braços do advogado. A polícia afirma que até hoje não tem pistas do assassino.
Anderson Miguel ficou conhecido em todo o Rio Grande do Norte como o 'homem-bomba' da Operação Hígia. Foi ele o responsável por delatar, em depoimentos prestados à Justiça Federal, um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Saúde no então governo Wilma de Faria. Além dele e da ex-mulher, a empresária Jane Alves, mais 13 pessoas foram envolvidas.
O esquema contou com a participação direta do próprio Anderson Miguel, que alegou ter pago propina durante os anos de 2005 e 2008 para que sua empresa, a A&G, conseguisse receber os atrasados e ainda renovasse os contratos firmados com a Secretaria de Saúde. O inquérito ainda tramita na Justiça Federal sob os olhares do juiz Mário Jambo.
Reprodução Cidade News itaú
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