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sexta-feira, junho 28, 2013

Novo documento será analisado em processo de crime que chocou o RN

Maria Luiza, de 15 anos, morta em 2009 (Foto: Arquivo da família)
Um novo documento será analisado para a definição dos rumos do processo do assassinato da estudante Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos – crime que chocou o Rio Grande do Norte em 2009. Em mais uma audiência de instrução nesta quinta-feira (27), a defesa dos acusados Thiago Felipe Rodrigues Pereira, o 'Thiago Cabeção', de 26 anos, e Kleisson de Souza Freitas da Silva, o 'Negão', de 32 anos, solicitou a análise de um documento que comprovaria a venda do veículo supostamente utilizado na morte da estudante três meses antes do crime.

Uma nova audiência de instrução, ainda sem data marcada, definirá se os acusados irão ou não a júri popular. Thiago e Kleisson foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, roubo qualificado, estupro, vilipêndio (maltrato de cadáver) e ocultação do corpo. Caso sejam condenados às penas máximas, eles poderão ser sentenciados a mais de 60 anos de prisão.

O advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que defende Thiago Cabeção, avalia positivamente a nova evidência. "A acusação que é feita é de que os crimes atribuídos a eles foram cometidos utilizando um Gol branco, que era de propriedade de Kleisson, no dia 21 de abril de 2009. No entanto, nesta data, o carro já não estava mais na posse dele. Em virtude de um débito, o veículo foi devolvido à instituição que financiava o carro, três meses antes do crime", detalha.

Alânio revela que o documento da financeira, comprovando a devolução do carro, foi juntado no processo. "Foi pedido que o juiz oficie o comparecimento da financeira em caráter formal para afirmar, em juízo, a veracidade da informação que foi prestada", diz. Para Alânio, a "inexistência" do carro na época do desaparecimento de Maria Luiza comprova ria a inocência dos acusados.

Marcus Alânio representa o acusado Thiago no caso da morte da adolescente Maria Luiza (Foto: Felipe Gibson/G1)"Uma testemunha disse que andou no carro no dia do fato e que o veículo era dirigido por Thiago. A informação é que o banco traseiro estava sujo de sangue. Se o carro não existia, o rapto existiu de que forma?", questiona o advogado, que juntamente com o advogado Arsênio Pimentel, defensor do acusado Kleisson, formulou pedidos de liberdade para os dois réus. "Até sexta-feira da semana que vem o juiz deve sentenciar esses pedidos", estima o advogado.
Audiências

A audiência de instrução desta quinta foi a terceira no processo do assassinato de Maria Luiza. Três testemunhas convocadas pela defesa foram ouvidas. No dia 3 de junho outras dez pessoas convocadas pela defesa prestaram depoimento. No dia 29 de maio, data da primeira audiência de instrução, o juiz Ricardo Procópio ouviu nove testemunhas de acusação.

Thiago Cabeção e Kleisson estão presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Parnamirim, na Grande Natal, restrito a acusados de crimes sexuais.

Caso Maria Luiza

Maria Luiza saiu de casa no dia 21 de abril de 2009, feriado de Tiradentes, para se encontrar com o namorado em uma lan house. Ela não chegou ao destino. Seis dias depois, o corpo da adolescente foi encontrado nu já em avançado estado de decomposição. A perícia constatou que a adolescente foi estuprada e estrangulada. O corpo de Maria Luiza estava em um lixão no bairro de Felipe Camarão, zona Oeste de Natal.

Reprodução Cidade News Itaú

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