quinta-feira, junho 06, 2013

Morre mulher que ficou 21 horas em cárcere privado no Rio Grande do Sul

Policial carrega bebê que era mantido refém junto com sua avó em Sapucaia do Sul (RS)A mulher vítima do cárcere privado que se arrastou por 21 horas na região metropolitana de Porto Alegre, entre terça (4) e quarta-feira (5), morreu na manhã desta quinta-feira (6). Rosemeri da Silva Anori, 51 anos, não resistiu a uma nova parada cardíaca, e sua morte foi confirmadoa às 9h18, no Hospital Getúlio Vargas, em Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre.

Ela estava internada na instituição em estado gravíssimo desde o desfecho do caso, na manhã de ontem. Seu ex-companheiro, Jerry Eder Aguiar, 41, a asfixiou e se suicidou, enforcando-se. Rosemeri estava sendo atendida em um leito da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na área de emergência da instituição.

Ela foi mantida sob ameaça de Aguiar desde a manhã dessa terça-feira. Ao longo de todo o dia e da madrugada de quarta, a polícia negociou com o ex-presidiário, que, em um primeiro momento, havia aceitado libertar a refém. Entretanto, antes do amanhecer, ele interrompeu o contato com os negociadores.    

"Na última ligação, ele pediu que o defensor e a imprensa estivessem presentes, que iria se entregar. Depois, não atendeu mais e a casa ficou silenciosa", explicou o subcomandante da BM, coronel Silanus Melo. Ao não ouvir mais movimentação dentro da residência, agentes do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Brigada Militar invadiram o local. Eles encontraram Rosemeri desacordada sobre o sofá, que bloqueava a abertura da porta da casa. Perto dela, estava o corpo de Aguiar.

A mulher foi encontrada com marcas no pescoço e sem batimentos cardíacos. Em frente à residência, ela foi levada para uma ambulância do SAMU, onde os médicos precisaram de 25 minutos para reanimá-la. Familiares da mulher relatam que o ex-companheiro era violento e ameaçava sua família. Havia a favor de Rosemeri uma medida protetiva que impedia que Aguiar se aproximasse de sua casa. Entretanto, rondava a região e fugia quando a polícia era chamada.

O caso é tratado pela polícia como crime passional. O assassino não aceitava a separação. Ainda na manhã dessa terça-feira, Aguiar, depois de render a ex-companheira e o seu neto, um bebê de 26 dias, com uma faca, jogou um bilhete aos policiais que cercavam a residência. Ele se dizia deprimido e inconformado com a separação.

Ele estava em liberdade condicional e possuía passagens por roubo, furto, agressão e ameaça.

Ação polêmica
Após a morte do suspeito, a ação da Brigada Militar foi questionada pela imprensa. Em entrevista, o secretário de segurança do RS, Airton Michels, elogiou a ação, explicando que os policiais seguiram à risca o protocolo de negociação. "A ação foi acertada, mesmo com o resultado que houve. Não teria outra previdência que não fosse a cautela de negociar."   

Reprodução Cidade News Itaú

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