Após 106 dias presos na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, sete dos 12 corintianos devem chegar ao Brasil no fim da tarde deste sábado – ou, no mais tardar, na manhã de domingo. A embaixada brasileira na Bolívia já trabalha na logística para a saída dos torcedores e transporte até a capital La Paz, de onde eles embarcarão rumo a São Paulo. A ideia é tratar o caso com cautela e evitar qualquer problema com a justiça local. Os sete torcedores saíram da cadeia no início da noite desta quinta.
A informação foi confirmada pelo ministro conselheiro da embaixada na Bolívia, Eduardo Saboia, em entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM. Os torcedores foram libertados por volta das 18h40m (horário de Brasília). Pouco antes, o advogado Miguel Blancourt, que trabalha para o consulado brasileiro em La Paz – e representou os corintianos no caso até o dia 5 de abril – já havia explicado que o motivo da libertação de parte dos alvinegros é por falta de provas. O Corinthians divulgou uma nota oficial em seu site, exaltando a felicidade pela liberdade dos sete torcedores
Os 12 torcedores foram acusados de participação na morte do garoto Kevin Douglás Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador marítimo durante o empate por 1 a 1 entre San José, da Bolívia, e Corinthians, pela primeira fase da Taça Libertadores da América.
Depois da liberação dos sete, a intenção da embaixada é providenciar a saída dos outros cinco, que seguem com situação indefinida em Oruro.
– Já estamos providenciando a logística para que os corintianos deixem Oruro em segurança. Um pessoal foi enviado para o transporte até La Paz, e, posteriormente, ao Brasil. Vamos atrás de passaportes, documentações, passagens... Enfim, tudo o que for necessário – resumiu o ministro.
A cautela em relação à justiça boliviana é grande. A possibilidade de que a culpa recaia inteiramente sobre os torcedores que permanecem na Penitenciária de San Pedro deixa os próprios libertados com medo. Tanto que três dos sete cogitam, inclusive, permanecer em Oruro para pressionar as autoridades locais.
– Estamos firmes nisso, mas não queremos prejudicá-los. Eles estão sujeitos ao mesmo tipo de arbítrio que libertou os outros sete. Três dos libertados queriam ficar, para fazer pressão moral. Precisamos ser comedidos nas palavras, porque a situação ainda é delicada – alertou Eduardo Saboia.
A revolta maior dos torcedores em Oruro é o fato de o menor H.A.M., de 17 anos, ter admitido o disparo que matou Kevin Espada e, ainda assim, nada ter sido alterado no processo. O promotor boliviano Alfredo Santos Canaviri viajou ao Brasil e ouviu o garoto no início de maio, mas a situação dos 12 corintianos permaneceu igual.
O fim das investigações do caso estava previsto somente para agosto. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou a visitar a Bolívia, onde pediu que o promotor do caso fosse a São Paulo ouvir o menor e anexar o depoimento no processo que corre pela justiça boliviana.
O Corinthians divulgou uma nota oficial em seu site, exaltando a felicidade pela liberdade dos sete torcedores. O clube destacou a participação do presidente Mário Gobbi e do ex-mandatário Andrés Sanchez nas conversas com os bolivianos e prometeu empenho para conseguir também a saída dos cinco alvinegros que permanecerão na penitenciária em Oruro.
Reprodução Cidade News Itaú
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