ASSÚ – O processo que tem por fim obter da Igreja Católica Apostólica Romana a canonização de frei Damião de Bozzano ingressou em sua segunda etapa. A revelação partiu do frade capuchinho assuense Evilásio Campelo de Medeiros, um dos responsáveis na esfera da referida Ordem pelo assunto. “Primeiro, foi a fase diocesana e agora a fase romana do processo no Vaticano”, declarou o religioso.
“É uma ocasião especial para reafirmar para a igreja universal a santidade de vida, os testemunhos de santidade do candidato à beatificação e canonização”, explicou frei Evilásio Medeiros. Ele adiantou que a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos possui em Roma um postulador que tem a missão justamente de representá-la legalmente durante cada uma das etapas do referido processo. “É quem cuida de todas as causas da ordem”, frisou.
Frei Evilásio Medeiros registrou que o processo que se refere a frei Damião é um dos cerca de 200 do gênero que estão em tramitação na esfera da Ordem. Porém, registrou que o que diz respeito ao frade italiano não é só um dos mais conhecidos na cúria da Ordem como representa um dos “mais carinhosamente tratados”. “A fama de santidade de frei Damião é fantástica”, exclamou.
Ele relatou que, mesmo depois de tantos anos de sua morte, o túmulo de frei Damião permanece sendo continuamente visitado por fiéis de todo o mundo. “Isso para a Igreja é inaudito”, observou. “Isso dá para nós [frades capuchinhos], e também para a Igreja, se ela assim o julgar, a prova de santidade do referido frei”, acrescentou o frade. Registrou que toda a aura que cerca frei Damião surgiu de forma espontânea e em reconhecimento à sua obra.
“Não é uma santidade construída pela mídia ou por quem quer que seja. Não. É algo espontâneo e esse odor de santidade quem mais o sente são os mais simples, são os mais pobres, é o povo devoto, é o Nordeste, é o povo sofrido da seca”, descreveu frei Evilásio Medeiros. Salientou que, nessa etapa do processo, em Roma, estão sendo catalogados os milagres atribuídos a frei Damião e que serão analisados com muito critério pela Igreja.
Vaticano recebeu documentos após nove anos de pesquisa
Depois de nove anos de pesquisa e relatos, o Vaticano recebeu, no dia 28 de junho de 2012, a documentação para análise do processo de beatificação e canonização de frei Damião, o “andarilho de Deus”. Considerado um verdadeiro santo por muitos nordestinos, a Igreja Católica vai investigar, a partir de agora, se há milagres comprovados atribuídos a frei Damião e, assim, declarar o religioso como santo oficialmente.
Uma comissão liderada pelo vice-postulador e responsável pela causa no país, frei Jociel Gomes, entregou a extensa pesquisa realizada no Nordeste à Chancelaria da Congregação da Causa dos Santos, no Vaticano. O parecer da fase final do processo sairá em dois anos. O processo de canonização de frei Damião foi aberto oficialmente em 31 de janeiro de 2003, cinco anos após sua morte, como determina o direito canônico.
Após a licença da Igreja para iniciar os estudos, começou a fase diocesana do processo, com recolhimento de depoimentos de testemunhas de pessoas que relataram milagres graças à interseção do frei. Essa fase é a mais importante do processo, já que inclui a pesquisa completa sobre vida e obras do postulante a santo. Nesse período, duas comissões (uma histórica e outra teológica) foram criadas e saíram em busca dos relatos da vida pessoal e religiosa do frei pelo Nordeste.
Em nove anos, dezenas de testemunhos de supostos milagres foram ouvidos e analisados por uma comissão. Na fase final, cinco dos milagres foram escolhidos como principais e apresentados como mais significativos ao Vaticano como prova da santidade do frei. Os relatos são mantidos em sigilo. Frei Damião nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898. O frei morreu no dia 31 de maio de 1997, no Recife, após sofre um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Reprodução Cidade News Itaú
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