A final da Copa das Confederações será disputada do 11º aniversário da conquista do penta no Mundial da Coreia do Sul e do Japão. Mas ter trazido o lateral Cafu para uma mini-preleção durante um treino da seleção brasileira no Mané Garrincha, em Brasília, foi o máximo de nostalgia a que Luiz Felipe Scolari se permitiu antes da final deste domingo com a Espanha. O treinador negou que usará a coincidência de datas como inspiração em sua preleção no Maracanã para a geração de Neymar & cia.
"O ano de 2002 já passou. O momento que vivemos é único e foi criado pelos jogadores que estão aqui. Quem tem a possibilidade de mudar a história são eles. Eles é que são responsáveis por uma mudança profunda em nosso futebol. Esses jogadores merecem que falemos deles", afirmou Scolari.
Felipão abraçou um grupo que muitos viam como um problema para sua segunda passagem pela seleção brasileira. A turma de 2002 era formada por jogadores no auge de sua maturidade física e psicológica e tinha uma espinha dorsal "rodada" em clubes. Muitos tinham pelo menos uma Copa no currículo (duas, no caso de Cafu e Ronaldo).
Já a geração simbolizada por Neymar era um grupo bem mais "verde". Dos quatro jogadores com passagem por Mundiais (Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva e Fred), apenas o goleiro teve experiência como titular. Um perfil diferente até do material que Felipão teve em mãos com a seleção de Portugal no Mundial de 2006.
Durante toda a Copa das Confederações, Felipão fez questão de proteger o grupo de críticas, especialmente jogadores com posições mais privilegiadas na berlinda, como Neymar e Hulk. Mesmo no sábado, quando falhas individuais dos zagueiros criaram problemas para a seleção na semifinal contra o Uruguai, ele foi evasivo.
"Vou conversar com eles sobre os 90% de acertos que tiveram", disse.
Em diversos pontos da campanha, Felipão retrucou observações sobre o desempenho de jogadores com afirmações de que eles "faziam tudo o que ele pedia". Ao mesmo tempo em que manteve o tom paternalista, o treinador abateu comparações com a família Scolari de 2002. "Não tem mais essa coisa de Família Scolari, passou. Há algumas características e colocações, algo de um grupo que é amigo. Temos que achar outro termo".
Felipão, no entanto, admitiu que foi um desafio trabalhar com o grupo mais jovem. "É uma experiência diferente. A maioria (dos jogadores) tem a idade do meu segundo filho. Para algumas coisas temos que agir como pai ou responsável. Em 2002 tínhamos muitos caras rodados no mundo, com experiência e idade. Mas eles (a geração atual) têm muita vontade de buscar mais entrosamento como grupo, eles têm uma energia que precisamos saber usar", explica o treinador.
A final de domingo, além de coincidir com o 11º aniversário do penta, será a sexta que Scolari disputará num dia 30. Das outras cinco, ele só perdeu o Mundial Interclubes de 1999, com o Palmeiras, batido pelo Manchester United. Será ainda a 31ª final da carreira do treinador, que venceu 18 e perdeu 12. Em vários aspectos, porém, a decisão de amanhã no Maracanã é inédita para o treinador.
Reprodução Cidade News Itaú
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