O diretor do FBI (polícia federal americana), Robert Mueller, reconheceu ontem que os drones, aeronaves não tripuladas usadas para matar suspeitos de terrorismo em países como Paquistão e Iêmen, também têm sido aproveitados em missões de vigilância dentro dos EUA.
A confirmação do uso doméstico dos drones deve ampliar as críticas a Barack Obama, cuja popularidade dentro e fora do país já recuou em razão das revelações sobre a espionagem praticada pelo governo americano em telefones e na internet.
Os aviões não tripulados já são utilizados por agências federais para vigiar fronteiras ao norte e ao sul do país. Mas segundo o FBI, também atuaram com forças policiais para monitorar cidadãos em questões domésticas. Não foram dados detalhes.
"Usamos em uma escala, muito, muito pequena, muito raramente", minimizou o diretor do FBI, depois de ouvir a pergunta em uma audiência no Senado.
O uso de drones é questionado politicamente há anos, e entidades de direitos humanos criticam a ausência de regras claras de privacidade, que ganharam relevância desde que o ex-técnico da CIA Edward Snowden revelou o sistema de grampo da NSA (Agência de Segurança Nacional) no início deste mês.
Quando a democrata Dianne Feinstein o questionou sobre garantias de privacidade em relação ao uso doméstico dos drones, Mueller se esquivou e apenas repetiu que o emprego do avião "limita-se a casos muito particulares".
Pressionado por Feinstein, defensora da criação de um tribunal especial para avaliar as diretrizes sobre o uso desse tipo de avião, Mueller não explicou como o FBI lida com as imagens feitas por eles.
"Há diversas questões com relação aos drones que terão de ser debatidas", disse o diretor da agência, que está prestes a se aposentar.
Reprodução Cidade News Itaú
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