Ao contrário do que havia dito em depoimento à polícia, o enfermeiro Evanderly de Oliveira Lima teria planejado matar a ex-mulher, juíza Glauciane Chaves de Melo, de 42 anos, quando foi ao Fórum de Alto Taquari, a 509 km de Cuiabá, na sexta-feira (7) e disparou dois tiros contra ela. A conclusão é do delegado João Ferreira Borges Filho, que conduz o inquérito sobre o assassinato da magistrada, com base nas informações repassadas por testemunhas no decorrer das investigações.
Testemunhas relataram que, dias antes do crime, o suspeito estava procurando uma arma de fogo para comprar na cidade. "Ele comprou a arma para matá-la, diferente do que tinha falado", disse o delegado, se referindo às declarações de que possuía a arma desde quando se mudou de Belo Horizonte (MG) para Alto Taquari com a então mulher e que o revólver, calibre 38, seria usado para fazer a segurança da juíza.
"Antes ele não tinha nenhuma arma e comprou a arma na cidade (Alto Taquari), então essa teoria dele não prospera", pontuou. Borges Filho argumentou que, além disso, não havia nenhum motivo para que ele fosse armado até ao Fórum na data do crime. A arma que foi encontrada em um gramado na frente do Fórum na mesma data do assassinato não possui registro, conforme o delegado.
O casal se mudou para Alto Taquari em junho do ano passado após ela tomar posse do cargo de juíza. Eles se separaram em dezembro. De acordo com o delegado, os dois ficaram juntos por 11 anos e não tiveram filhos.
No entanto, ele não aceitou o fim do casamento e teria feito várias ameaças à juíza para que reatassem o relacionamento. Em depoimento, ele alegou que estava transtornado por supostamente a ex-mulher estar se relacionando com outra pessoa e, por isso, foi até o Fórum e, após uma discussão, atirou contra ela. Porém, conforme o delegado, não se sabe se realmente a vítima realmente teria iniciado outro relacionamento. A juíza foi morta com dois tiros na cabeça.
Após o crime, Evanderly fugiu a pé e entrou em uma área de mata fechada. Foi capturado nesta segunda-feira (10) a aproximadamente 12 quilômetros do perímetro urbano de Alto Taquari, três dias depois do assassinato, ao ser procurado por policiais militares. Para evitar ser preso, ele ficou camuflado entre folhas no meio da mata. Essa estratégia ele teria aprendido durante um curso de sobrevivência que fez quando era bombeiro militar em Minas Gerais.
Com a prisão preventiva decretada, ele prestou depoimento e fez a reconstituição do crime, no Fórum da cidade. Em seguida, foi transferido para a Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá. Evanderly deve responder por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem chances de defesa à vítima.
Reprodução Cidade News Itaú
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