A expectativa para o oitavo episódio da segunda edição do TUF Brasil era de uma nova edição corrida por conta das duas lutas que estavam marcadas para a repescagem. Mas quando passaram, por um bom tempo, um churrasco do time de Minotauro, deu para perceber que algo errado aconteceria. Dificilmente teríamos dois combates.
Tudo isso culminou com a crise deflagrada por Daniel Gelo. Chamado de última hora para substituir o lesionado Yan Cabral, o carioca faria uma luta extra para tentar uma vaga nas quartas de final, contra Cleiton Foguete. No entanto, ele ficou mais de um quilo acima do limite de 77kg da categoria. Com isso, a luta foi cancelada, já que a comissão atlética limita em 1kg o máximo que um lutador pode tirar em uma hora.
Então começou uma enorme lição de moral para Daniel Gelo. Já devastado por ter perdido a oportunidade de lutar pelo UFC, o atleta passou a ouvir broncas e mais broncas dos treinadores, principalmente Fabrício Werdum e Rafael Cordeiro, falando que ele foi irresponsável e faltou profissionalismo de sua parte, já que ele sabia que lutaria e deveria conhecer o próprio organismo.
Claro que houve um descuido do lutador, uma bronca inicial era merecida, mas Daniel já estava sofrendo muito com a situação – chorava convulsivamente. Não vi a necessidade de ficarem tanto tempo em cima da lição de moral contra Gelo, colocar tantos depoimentos negativos sobre o assunto ou ele ter sido repreendido tão duramente por Werdum na frente de todos os participantes. Todo mundo sabia o que estava acontecendo.
Vou além. Quando um atleta de MMA está fechado em um treinamento para o combate, seu peso sempre é monitorado pela equipe. Por mais que sejam sete lutadores por time, os staffs são grandes e dá para saber quem está próximo ou não de lutar. Faltou esse acompanhamento por parte do time liderado por Fabrício.
Mas esse drama serviu para expor todo o sufoco que um profissional das artes marciais mista passa antes de chegar a uma luta. Além da forte preparação, não é para qualquer um ter de tirar tanto peso em tão pouco tempo. É um sacrifício de precisa ser acompanhado de muito perto por especialistas.
Reprodução Cidade News Itaú
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