Uma tromba d'água, fenômeno climático semelhante a um tornado, se formou no Rio Tapajós nesta quarta-feira (15), em Santarém, oeste do Pará. A velocidade do vento provocou estragos, causando o destelhamento de um galpão e deixando a população assustada.
O fenômeno foi registrado pela TV Tapajós. A tromba d'água se formou do outro lado da orla, se aproximou da área urbana e atingiu o armazém da Companhia Docas do Pará (CDP). O telhado foi destruído. Os dois portões de ferro do acesso à CDP foram arrancados pela ventania.
"Eu nunca tinha visto uma tromba d'água desse porte. Ela arrancava as telhas do armazém como se fossem papel. Arrancou um portão de meia tonelada como se fosse de isopor. Foi bem rápido, durou dois minutos de formação", relata Márcio Monteiro, supervisor da CDP de Santarém.
No galpão, trabalhavam pelo menos cinco pessoas durante o incidiente. Nenhuma delas ficou ferida. A ventania danificou o sistema de alta e baixa tensão na área. O fornecimento de energia e o acesso à internet ficaram interrompidos por algumas horas.
Fenômeno
Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), o fenômeno, de fato, representa perigo à população. "Oferece risco. A circulação de ventos muito fortes pode fazer com que pequenas embarcações sejam naufragadas. Pode, também, provocar danos leves, como destelhamento de casas e levantamento de objetos. Sendo que estes objetos podem acabar atingindo algumas pessoas”, alerta Márcio Lopes, metereologista do Sipam.
O fenômeno surge em função de uma grande instabilidade atmosférica, quando há a formação de nuvens cumulus nimbus, ou seja, aquelas acompanhadas de raio e trovão. "Nessa nuvem, em condições favoráveis, ocorre o movimento rotacional, e faz com que surja na base dela um funil. E quando esse funil atinge uma superfície, há a formação dos tornados, no caso de superfícies terrestres, e das trombas d’água, se for em rios, lagos”, explica Lopes.
Por ser uma região tropical, a Amazônia oferece condições climáticas que favorecem o aparecimento desse tipo de fenômeno. “A gente está na região tropical. Temos farta disponibilidade de energia solar e vapor d’água, que são o combustível necessário para a formação da nuvem cumulus nimbus, a precursora do tornado", garante Lopes.
Apesar de recorrente na região, os tornados ocorridos na Amazônia não oferecem grandes riscos á população, já que são de baixa proporção. "Na nossa região esse fenômeno ocorre com intensidade F0 (F zero), a mais baixa na escala Fujita, que mede a intensidade destes fenômenos. Nessa escala podemos verificar tornados que vão desde F0, com ventos a 115km/h e danos leves, até F6, com ventos a mais de 500km/h, e alto poder de destruição”, explica o metereologista.
Reprodução Cidade News Itaú
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