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quinta-feira, maio 16, 2013

Família de ciclista morto processará Thor e Eike por anunciar acordo sigiloso


O advogado de defesa da família do ciclista atropelado e morto por Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, afirmou no início da tarde desta quinta-feira que vai entrar com dois processos na Justiça contra o acusado e seu pai pela quebra de sigilo de acordo de indenização de R$ 1 milhão aos parentes da vítima.

"Vamos ingressar na próxima segunda-feira (20) com um processo de execução cobrando a multa pactuada no contrato, de R$ 500 mil (valor fixo a ser dividido), pela quebra de sigilo do acordo, que foi o que eles praticaram. E vamos entrar com uma ação cobrando reparação por danos morais tanto pela tia como pela mulher de Wanderson", disse o advogado de defesa da família da vítima, Cleber Carvalho Rumbelsperger, à Folha.

Além das duas mulheres, um amigo da família do ciclista também terá o nome incluído no processo que pede nova indenização. Na época que Thor e Eike Batista fizeram o acordo, o bombeiro Márcio Tadeu Rosa da Silva prestou apoio de transporte e alimentação à Maria Vicentina Pereira, tia do ciclista, considerada mãe de criação, e a mulher dele Cristina dos Santos Gonçalves.

A indenização de R$ 1 milhão --cedida à família por Thor e Eike Batista-- foi dividida igualmente entre Maria Vicentina Pereira e Cristina Gonçalves. O bombeiro Márcio Silva, no entanto, também assinou o contrato e recebeu R$ 100 mil desse total. Na ocasião, a tia e a mulher da vítima estariam passando por uma situação financeira precária, segundo a defesa.

"Elas tem sofrido aborrecimentos e assédios de familiares e vizinhos depois da divulgação do valor do acordo. Por isso, vamos pedir uma reparação por danos morais", disse o advogado.

A Folha entrou em contato com a assessoria de Thor e Eike Batista, mas ainda não obteve retorno.

Thor, 21, prestou depoimento pela primeira vez em juízo no último dia 25. Ele afirmou que fez um acordo no qual pagou apenas R$ 300 mil de indenização à família do ciclista Wanderson Santos.

O réu voltou a afirmar que trafegava dentro da velocidade permitida (110 km/h), que estava muito escuro no local e o acidente foi 'inevitável'.

O rapaz contou que, como o carro que dirigia é baixo --uma Mercedes-Benz SLR McLaren--, viu só o quadro da bicicleta e um homem no meio da pista da esquerda.

Quando notou, disse, o ciclista 'já estava em cima' e pisou no freio. Thor contou que pediu a seus seguranças que socorressem o homem.

A sentença de primeira instância deve sair até o final do semestre.

Sobre o novo posicionamento da promotoria, a assessoria de Thor disse, nesta quarta-feira, que não vai comentar o caso.

Reprodução Cidade News Itaú

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