terça-feira, abril 23, 2013

Testemunha diz que advogado é "noiado" e volta a dizer que Bola matou Eliza


Primeira testemunha a depor no segundo dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de ser o assassino de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, o detento Jaílson Alves de Oliveira disse nesta terça-feira (23) que Ércio Quaresma, o advogado do réu, é "noiado" (dependente de drogas) e que ouviu de Bola que Eliza havia sido queimada juntamente com pneus, durante sessão no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem (MG). De acordo com o depoimento, as cinzas dela teriam sido jogadas em uma lagoa da cidade de Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

Oliveira, que está preso na penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG), e dividiu o mesmo pavilhão com o acusado, foi quem denunciou a existência de uma suposta lista de pessoas marcadas para morrer ligadas ao caso, que chegou a ser investigada pela Polícia Civil mineira, mas não foi comprovada.

Quaresma, quando ainda era advogado de Bruno, assumiu a dependência em crack, em 2010, e disse ter se submetido a tratamento para se livrar do vício. Em seguida, ele abandonou a defesa do jogador. Ao ser citado, o advogado pediu à juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem, que a palavra "noiado" constasse da ata da sessão.

Em seu depoimento, Oliveira reafirmou que Bola lhe contou destalhes sobre a morte de Eliza no tempo em que ficaram juntos na cela. Pela investigação da polícia, ela foi morta por Bola na casa dele, em Vespasiano, na região metropolitana da capital mineira.

A testemunha respondeu a perguntas feitas pela promotoria e algumas intervenções feitas pela juíza.

O promotor Henry Castro tenta mostrar aos jurados que Oliveira saberia de detalhes da vida do ex-policial que somente poderiam ter sido repassados pelo acusado.

Castro pediu a Oliveira que lesse trecho de depoimento dado por ele anteriormente sobre a exoneração de Bola da Polícia Civil mineira, no ano de 1992. Oliveira disse que soube por Bola ser esse o ano de sua exoneração.

Ameaçado pela polícia e por presos
A testemunha disse também, durante seu depoimento, ter sido ameaçado pelos ex-policiais José Lauriano de Assis Filho e Gilson Costa. Os dois são alvo de uma investigação sigilosa feita atualmente pela Polícia Civil mineira, a pedido do Ministério Público, sobre as supostas participações no sumiço de Eliza Samudio.

"Eu sou ameaçado todos os dias, por causa desse caso, pelos outros presos e por policiais", afirmou o detento. Segundo ele, sua mulher também tem sofrido represálias para que ele se retrate.

Oliveira afirmou que foi ameaçado por Bola durante uma acareação feita entre eles, no ano de 2011. "Ele disse que eu era peixinho pequeno para ele", disse ele à juíza.

Reprodução Cidade News Itaú

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