O homem envolvido em um "assassinato forjado" na cidade de Pindobaçu, norte da Bahia, usando ketchup, foi recapturado após fugir com outros 10 presos da delegacia de Senhor do Bonfim, no interior do estado, no último dia 29 de março.
O crime, no ano de 2011, ganhou repercussão como "caso da mulher ketchup".
Segundo o coordenador da 19ª Coordenadoria de Polícia do Interior, delegado Felipe Neri, Carlos Roberto de Jesus foi recapturado durante buscas da polícia, entre o domingo (7) e segunda-feira (8). Segundo o delegado, o preso foi localizado em Pindobaçu e foi encaminhado para a carceragem do complexo policial de Senhor do Bonfim. No total, cinco fugitivos foram recapturados, informa o coordenador. Eles usaram uma corda feita de lençóis, chamada de "tereza" para fugir da unidade policial.
Na época, segundo o delegado Marconi Almino de Lima, responsável pelo caso, Carlos Roberto foi indiciado por crime de estelionato por ter "enganado" a mandante do suposto crime para ficar com o dinheiro dela. O delegado titular de Pindobaçu disse ao G1 nesta terça-feira (9) que pediu a prisão preventiva de Carlos Alberto na época, mas que ele ainda não foi julgado. O motivo atual da prisão dele, segundo o delegado, é a participação em crimes de roubo e furto.
Entenda o caso
A polícia de Pindobaçu, município a 400 km de Salvador, foi surpreendida com uma história inusitada a partir de uma queixa de roubo. Uma mulher procurou a delegacia da cidade alegando que R$ 1 mil teriam sido tomados em assalto por um homem. Ao encontrar o suspeito, a polícia descobriu que o homem tinha sido contratado pela mulher para assassinar uma pessoa.
No entanto, em acordo firmado com aquela que seria sua vítima, o homem optou por não cometer o crime e decidiu encenar a morte usando molho de ketchup e uma faca. Em seguida, ele tirou uma fotografia da 'morta', entregou à mandante como prova da ação e recebeu o pagamento. A trama foi descoberta quando a mulher que deveria estar morta foi avistada pela mandante, na feira da cidade, aos beijos com aquele que seria o seu assassino, alguns dias após a entrega da foto.
O caso aconteceu no dia 24 de junho de 2011, mas foi divulgado meses depois pela polícia de Pindobaçu, cidade com pouco mais de 20 mil habitantes. Segundo o delegado Marconi Almino de Lima, o homem alegou na época que teria aceito o serviço porque estava sem emprego e precisava de dinheiro. No entanto, ao perceber que a vítima era sua “conhecida”, resolveu bolar o plano.
Para dar mais realidade à fotografia apresentada como prova do crime, o homem levou a vítima para um matagal, amarrou seus braços e pernas e a amordaçou, além de inserir uma faca entre o braço e o peito da mulher, simulando um esfaqueamento. O ketchup serviu para forjar o sangue.
Inquérito
Segundo o delegado Marconi informou ao G1 nesta terça-feira, as duas mulheres envolvidas no caso - "vítima" e "mandante" - vivem em liberdade na cidade de Pindobaçu. "Pedi a prisão preventiva de todos eles, indiciei todos. Estamos esperando a decisão da Justiça. Aqui na cidade só temos um juiz substituto, que atende os casos mais urgentes", aponta o delegado.
Segundo ele, a mulher que encomendou o crime foi indiciada por denunciação caluniosa. Isso porque, ao saber que foi enganada, denunciou falsamente à polícia local que tinha sido assaltada e tinha "perdido" mil reais. O delegado explica que um crime de tentativa de homicídio, por exemplo, foi descartado porque a situação não foi consumada. A mulher que seria vítima foi indiciada por estelionato.
Reprodução Cidade News Itaú
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