Pouco mais de R$ 20,3 milhões. Esse foi
quanto o Governo do Estado teve, no primeiro trimestre, para o pagamento de
despesas imediatas. Pelo menos, foi isso que a Secretaria de Planejamento e
Finanças (Seplan) divulgou no início da noite desta sexta-feira, baseado numa
receita bruta do Tesouro do Rio Grande do Norte na ordem de R$ 1,9 bilhão conseguida
durante o mesmo período de 2013.
Apesar do que foi divulgado pela
Seplan, há de se ressaltar que no portal da transparência do Governo do Estado
é possível encontrar um valor consideravelmente diferente. Segundo o site que,
como o próprio nome diz, tem o objetivo dar transparência as contas públicas e
atender à Legislação, o Rio Grande do Norte arrecadou até o final de março
cerca de R$ 2,13 bilhões. Ou seja: ao que parece, há uma disparidade de mais de
R$ 200 milhões entre os números divulgados pela Secretaria de Planejamento e o
Portal da Transparência.
Ainda segundo o site, de receitas
tributárias, que são impostos como ICMS, IPVA, ITCD e IRRF, foram arrecadados
mais de R$ 1,1 bilhão. De transferências correntes, provenientes do Fundo de
Participação dos Estados (FPE), IPI de exportação e royalties, basicamente,
foram outro R$ 1 bilhão para os cofres públicos estaduais. Porém, segundo a
Secretaria de Planejamento e Finanças, o acumulado do trimestre identifica duas
fontes de receita do Estado: a arrecadação própria (impostos) rendeu o valor
bruto de R$ 1,067 bilhão, enquanto as transferências da União ficaram em,
“apenas”, R$ 832 mil.
Infelizmente, como as informações foram
divulgadas já na noite desta sexta-feira, O Jornal de Hoje não teve como checar
as informações disponíveis no Portal da Transparência e saber o porquê da
disparidade de informações.
De qualquer forma, seguindo as
informações da Seplan, é possível destacar que do total arrecadado no primeiro
trimestre (R$ 1,9 bilhão), foram deduzidos R$ 818 mil para pagamento de
transferências constitucionais aos municípios, de repasses ao Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb/ Educação), União (Pasep) e ao
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (Proadi). Restou só R$ 1,081
bilhão.
Ainda segundo a Seplan, com as despesas
desse período com folhas de pagamento, por exemplo, representaram R$ 1,061
bilhão, pode-se calcular que a governadora Rosalba Ciarlini acabou ficando com,
apenas, R$ 20,3 milhões para pagamento de despesas imediatas. Jà com os dados
do Portal da Transparência, houve uma despesa de R$ 1,286 bilhão, ou seja, uma
diferença entre informações de, também, quase de R$ 200 milhões.
No primeiro trimestre, conforme apontou
à Secretaria, o Poder Executivo transferiu aos Poderes Legislativo, Judiciário,
Tribunal de Contas e ao Ministério Público representou R$ 285,3 milhões.
Consequentemente, segundo a Secretaria, as transparências para os poderes
representaram 26,4% da receita líquida, conforme as planilhas enviadas à
Secretaria de Planejamento (Seplan), prevendo gastos com pessoal, custeio e
investimento.
Pela ordem dos valores, o Tribunal de
Justiça ficou com a maior parte desse total: R$ 167.243.256,94. A Assembleia
Legislativa recebeu R$ 55.275.275,88. Já o Ministério Público ficou com R$
51.431.721,08. Finalmente, coube ao Tribunal de Contas o repasse de R$
11.369.669.
Conforme os dados apresentados pelo
secretário da Seplan, Obery Rodrigues, é possível constatar que, com essa
transferência, os valores de custeio foram consideravelmente distintos.
Enquanto o Executivo pagou R$ 22.578.407,46, os demais Poderes previram gastos
de R$ 37.348.175,42.
Se considerando o Portal da Transparência,
as transferências constitucionais ficaram em R$ 293 milhões, sendo R$ 172
milhões para o Tribunal de Justiça, R$ 57 milhões para a Assembleia
Legislativa, R$ 52 milhões para o Ministério Público do RN e apenas R$ 11
milhões para o TCE.
Gastos de meio bilhão com folha
salarial
Em vários momentos, em contato com O
Jornal de Hoje, o secretário de Planejamento, Obery Rodrigues, afirmou que o
principal obstáculo do Governo do Estado para a manutenção das finanças
públicas é, justamente, a folha salarial. E, segundo os números da Secretaria,
realmente, os gastos são consideráveis. Afinal, representa mais de R$ 544
milhões em despesas.
Baseado nas informações que a própria
secretaria divulgou, se o Governo do Estado arrecadou R$ 1,9 bilhão, mas só
ficou com 1,081 bilhão após as transferências para os municípios, os gastos com
a folha salarial representaram 50% do total das dívidas.
Além disso, segundo a Seplan, no
primeiro trimestre do ano, a receita realizada ficou abaixo da Receita
prevista. A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), por
exemplo, foi de R$ 927.398.051,58 bem abaixo da previsão de R$ 983.527.425,53.
Só no ICMS, o Tesouro deixou de
arrecadar R$ 56.129.373,95. Outro exemplo de redução de Receita foi observado
no Fundo de Participação dos Estados (FPE). Dos R$ 778.058.792,77 previstos,
foram arrecadados R$ 756.165.341,39. A redução da arrecadação representou uma
queda de R$ 21.893.451,38.
Reprodução Cidade News Itaú
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