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sexta-feira, abril 26, 2013

Polícia investiga espancamento de Bernardo em favela carioca


Bernardo treino Vasco (Foto: Alexandre Cassiano / Ag. O Globo)
O apoiador Bernardo tomou um enorme susto na última terça-feira, dia 23. O jogador do Vasco foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Dayana teriam sido flagrados juntos por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados quase sem consciência.

Inicialmente, a informação do delegado destacado para o caso era de que Dayana levou sete tiros nas pernas. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, porém, foram dois disparos apenas: um no joelho direito, e outro no pé esquerdo. Após ser libertada, Dayana foi atendida no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. De lá seguiu para o Hospital Souza Aguiar, onde permaneceu até esta quinta-feira e passou por duas pequenas cirurgias. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) sob o registro de ocorrência 037-02705/2013 e está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).

Bernardo informou o Vasco sobre o crime também nesta quinta. O diretor Renê Simões confirmou que conversou com o atleta por telefone.
- Falei com o Bernardo há pouco tempo, e a nossa prioridade é dar apoio total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os procedimentos legais são tomados - disse.
A polícia recebeu a informação de que Bernardo estaria acompanhado de dois outros jogadores - um de um time carioca, e o outro de um time paulista, ambos criados na Maré. Um deles teria "salvado" Bernardo, argumentando com os traficantes que, se o jogador morresse, "a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte". Os nomes apurados até agora são os de Wellington Silva, do Flu, e Charles, do Palmeiras, que já negaram a participação no incidente, em contato com o GLOBOESPORTE.COM.

Bernardo está em recuperação de uma lesão no joelho e tem cirurgia marcada para o dia 1º de maio. A previsão é de que ele só retorne aos gramados perto do fim do Campeonato Brasileiro. René Simões não quis antecipar se o episódio ocorrido fora de campo pode resultar em multa disciplinar ao jogador, que tem contrato com o Vasco até 2015.
- Uma coisa é o contrato de trabalho CLT, a outra é o contrato de imagem, que no caso do Bernardo não existe. Primeiro é preciso pensar no lado humano, e depois, no jurídico. Como tomamos conhecimento hoje, ainda não conversei com os advogados do clube - explicou.

Reprodução Cidade News Itaú

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