Um homem está preso em São José do Rio Preto (438 km de São Paulo) acusado de ter entregue a filha de cinco anos para pagar uma dívida de R$ 30 a um traficante menor de idade, que abusou sexualmente da garota.
A criança foi encontrada de bruços e sem roupa pela mãe, que ouviu gritos vindos de um imóvel vizinho à casa da família, em Tanabi (477 km de São Paulo), na tarde da última sexta-feira (5). A mãe disse que a menina estava semiconsciente e tinha marcas de tentativa de estrangulamento.
"Se eu não chegasse a tempo, tenho certeza de que minha filha não estaria viva agora", afirmou. Antes de avistar a menina caída, a mulher viu o adolescente se afastar do local, rindo, e também o marido, numa atitude de quem, segundo ela, estava dando cobertura à violência.
Para a mãe, o delegado José Francisco de Mattos Neto, 45, e dois membros do Conselho Tutelar de Tanabi, a criança relatou que o pai a pegou no quintal de casa, contra sua vontade, e a entregou ao jovem traficante.
O adolescente teria acariciado seu abdome, o tórax, tirado sua roupa e deitado sobre ela. Como a menina resistia, o menor teria apertado seu pescoço e a sacudido. A versão da criança é compatível com o relato que o adolescente deu na Vara da Infância e Juventude de Rio Preto, comarca à qual Tanabi está vinculada.
Linchamento
O traficante está apreendido no mesmo local que o pai da menina, na DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Rio Preto. A prisão de ambos foi decretada no domingo (7).
Revoltados com o crime, vizinhos teriam cercado a casa do suspeito de tráfico, no mesmo dia do crime, no bairro Bom Jesus, em Tanabi, para linchá-lo. A PM (Polícia Militar) controlou o tumulto.
Segundo o delegado Mattos Neto, o pai da criança, o desempregado Gleidson Pedro Martins, 22, tem passagens pela polícia por tráfico, ameaça e tentativa de homicídio. O menor, ainda de acordo com o delegado, já foi apreendido por porte de drogas, tráfico, ameaça e internado na Fundação Casa.
O pai da menina vai responder inquérito por co-autoria de estupro de vulnerável, que prevê prisão de oito a 15 anos. Ele nega o crime, segundo o delegado. "Ele não explicou por que passou 48 horas escondido após os fatos. Ele nem sequer procurou saber o estado da saúde da filha."
A criança passou por atendimento médico. Um laudo vai informar se houve conjunção carnal. A menina também vai receber atendimento psicológico. "Ela está bem aparentemente", disse o delegado.
Reprodução Cidade News Itaú
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