O delegado José Pedro Costa da Silva, titular do 21º DP (Distrito Policial), do bairro de Bonsucesso (zona norte do Rio), esteve na noite desta terça-feira (2) no hospital Getúlio Vargas, na Penha (também na zona norte da capital fluminense), para ouvir o motorista do micro-ônibus da viação Paranapuã que caiu de um viaduto na avenida Brasil na tarde de hoje.
O micro-ônibus caiu quando passava pelo viaduto Brigadeiro Trompowski, na altura da Ilha do Governador, deixando sete pessoas mortas e 15 feridas, sendo que 11 foram levadas a hospitais.
Segundo o delegado, o motorista do veículo, André Luiz de Souza Oliveira, afirmou que foi agredido com um chute na barriga por um passageiro, e, ao tentar desviar de um carro no viaduto após sofrer essa agressão, perdeu o controle do micro-ônibus, que acabou caindo em uma das pistas da via, uma das mais movimentadas da cidade.
Ainda de acordo com Silva, o motorista, que quebrou a perna em consequência do acidente, estava desorientado ao prestar depoimento informal, e deve ser ouvido novamente nesta quarta-feira (3), para prestar mais esclarecimentos sobre o ocorrido.
A mulher do condutor do micro-ônibus, Francilene Santos, 40, não chegou a conversar direito com o marido, mas acredita na versão contada por testemunhas. "O ser humano não tem amor à vida do outro. Essa pessoa que foi agredi-lo [o motorista] não pensou em nenhum momento nos passageiros do ônibus", afirmou.
De acordo com Francilene, seu marido não está articulando frases. "A única coisa que ele fala sobre o acidente é 'vai cair, vai cair", relatou.
Ela disse ainda que o homem está confuso e reclama de muita dor --ele teve uma fratura na perna direita.
A mulher afirmou ainda que é pouco provável que o ônibus estivesse em alta velocidade. "Ali, o ônibus sai de um ponto e logo pega o viadutro. Não tinha como estar correndo com a quantidade de carros que passam no local", afirmou.
Segundo ela, seu marido é motorista da empresa Paranapuã há três anos e nunca relatou problemas com os veículos da firma.
Vítimas internadas no hospital confirmam versão de briga, dizem parentes
De acordo Manuel Monteiro de Arruda, padrasto de Amanda Santana, 19, que está internada no Getúlio Vargas com uma fissura na coluna, houve uma discussão dentro do ônibus porque um passageiro teria ficado irritado quando o motorista não parou o coletivo no ponto em que ele queria descer.
"Ela me disse que estava ao lado da pessoa que começou a discussão com o motorista, e que ele é um colega de faculdade, que ela conhece apenas há dois dias", afirmou Arruda, que comentou ainda o alívio pelo estado de saúde da enteada. "O estado dela é bom, dentro do que aconteceu. Ela foi "cuspida" do micro-ônibus, e me ligou logo em seguida".
Outro familiar de vítima também internada no Getúlio Vargas confirmou a mesma versão contada por Arruda.
Segundo um homem --que se identificou apenas como Antonio Carlos e seria filho de uma das vítimas, o motorista estava em alta velocidade no momento do acidente.
"A discussão teria começado porque o motorista não parou no ponto para o passageiro que o agrediu descer", disse Antonio Carlos. "Meu pai me contou que o motorista vinha em alta velocidade, e na hora da curva (no viaduto), passou direto e caiu na pista da avenida Brasil".
Reprodução Cidade News Itaú
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