Uma iniciativa de economia solidária faz sucesso entre moradores de oito comunidades de Vitória, capital do Espírito Santo. Eles usam uma moeda própria, chamada de ‘Bem’, que tem valores equivalentes ao Real, para vender e comprar produtos em estabelecimentos dos bairros. O projeto é uma iniciativa do ‘Banco Bem’, que tem sede no bairro São Benedito. Há três anos o morador do bairro, Heraldo Rodrigues da Silva, se tornou dono de uma mercearia graças à inciiativa solidária. Ele também recebe dos clientes a moeda do ‘Bem’.
“A moeda facilita muito, porque só é aceita aqui. Agrega mais clientes”, afirmou. O ‘Bem’ pode ser adquirido por meio da linha de microcrédito de consumo do ‘Banco Bem’. Segundo a agente de crédito Irany Correa, o morador pode pegar até 100 Bens e pagar em até 90 dias sem juros. Os estabelecimentos que aceitam a moeda são cadastrados no banco. O objetivo do projeto é valorizar o comércio e movimentar a economia local. Seus idealizadores dizem que não há fins lucrativos, já que os empréstimos são pagos sem juros ou com taxas baixas e os comerciantes que recebem a moeda podem sacar o equivalente em real.
Em sete anos, o ‘Banco Bem’ já movimentou quase R$ 1 milhão e realizou empréstimos para 841 moradores dos bairros Bonfim, Consolação, Engenharia, Floresta, Itararé, Jaburú, São Benedito e da Penha, dados de dezembro de 2012. Além do crédito de consumo, os moradores podem pegar dinheiro para reformas e construções de residências e para ampliação ou abertura de negócios.
Economia Solidária
As iniciativas de economia solidária podem aparecer de formas variadas e com atividades que compreendem o comércio, a prestação de serviços, trocas e produção de bens. É uma alternativa de geração de trabalho e renda, com foco na inclusão social pelo trabalho, segundo seus idealizadores. Além disso, é norteada de princípios como solidariedade, cooperação, justiça social, autogestão, consumo ético e consciente, e sustentabilidade.
Para a agente de crédito do Banco Bem, Geisielle Cassilhas dos Santos, as iniciativas de economia solidária possibilitam o crescimento das comunidades. “O dinheiro é todo aplicado na comunidade, não é assistencialismo. Quem cobra são os próprios moradores e a inadimplência é muito baixa. Dentro de 50 créditos que emprestamos, apenas um demora a pagar. Isso é economia solidária, porque um é justo com o outro e os juros são baixos”, afirmou.
Em um mapeamento feito em 2005 pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foram identificados 259 empreendimentos deste tipo em 59 municípios do Espírito Santo. Esse valor corresponde a 1,7 % de todos os empreendimentos solidários do país.
Reprodução Cidade News Itaú
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