A detenta Josenilde Lopes de Mendonça, de 36 anos, que confessou ter matado a pancadas o próprio filho, um bebê de 8 meses - crime ocorrido durante o carnaval deste ano, em Natal-, vem sofrendo pela falta de drogas. A mulher admite que é usuária de entorpecentes desde os 14 anos. Segundo o diretor da ala feminina do Complexo Penal João Chaves, onde está presa desde o dia 19 de fevereiro, a mulher teve uma crise de abstinência há aproximadamente 10 dias. “Ela teve uma crise, mas não precisou ser medicada nem receber atendimento fora da unidade”, confirmou Rondinele Victor do Santos.
Ao ser presa, Josenilde também admitiu à polícia que já foi internada 31 vezes para tratamento de dependência química, tendo passado por casas de recuperação em Fortaleza (CE), Recife (PE), João Pessoa (PB) e São Paulo (SP), mas sempre procurou evitar a continuidade dos tratamentos.
Ainda de acordo com o diretor, Josenilde já está adaptada ao ambiente penitenciário e convive coletivamente com outras presas, seja na carceragem, ao longo dos banhos de sol ou durante as refeições. “Ela está em uma cela com outras três presas e tem um convívio pacífico com as demais detentas”, acrescentou.
O G1 conversou com a mãe de Josenilde por telefone. Ela não quis dar detalhes sobre a situação da filha na cadeia e disse que o advogado dela estava viajando e que não tinha o contato.
Prisão preventiva
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte aceitou denúncia do Ministério Público e decretou prisão preventiva contra a dona de casa Josenilde Lopes de Mendonça, de 36 anos, tornando-a formalmente acusada de matar a pancadas o próprio filho. O corpo de Ramon Ramalho dos Reis Segundo foi encontrado no dia 9 de fevereiro, dentro de um apartamento onde a mãe residia com a criança, no bairro de Nova Descoberta, zona Sul de Natal. Laudos do Instituto Técnico-Científico de Polícia apontaram que houve traumatismo craniano.
Josenilde foi presa 10 dias após o crime. Ela confessou ter matado o bebê durante um surto (veja o vídeo ao lado) e disse também que estava bêbada e drogada quando passou a bater na criança. “Estou arrependida e espero o perdão de Deus”, disse ela.
Segundo a decisão publicada no dia 2 deste mês pelo juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal, Josenilde responderá por homicídio qualificado por uso de meio cruel. “A acusada foi denunciada pela suposta prática do fato que levou a morte o próprio filho, criança de apenas oito meses, que foi encontrada sem vida no apartamento da mãe, com traumatismo crânio-encefálico. Concreto, portanto, o perigo que, em liberdade, ela representará à paz social, devendo, pois, permanecer segregada, a bem da ordem pública”, relatou o magistrado.
Entenda o caso
O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval, dia 9 de fevereiro deste ano, no apartamento onde morava com a mãe, no bairro de Nova Descoberta, zona Sul de Natal.
Segundo a polícia, o corpo do bebê estava em uma cama, enrolado em um lençol, e tinha um grande hematoma no lado direito do rosto.
O pai da criança, Ramon Ramalho, está em Limeira, no interior de São Paulo. Em entrevista ao G1, ele cobrou justiça para a morte do filho. "A droga e a negligência acabaram com a vida do meu filho", disse ele.
Ramon conheceu Josenilde em Limeira, em 2011, ocasião em que ela frequentava uma clínica de tratamento para dependentes de drogas. Assim que iniciaram o relacionamento, ela ficou grávida e os dois se mudaram para Natal, onde viveram juntos por pouco mais de um ano. "Sempre soube do vício. Até pensei que o fato de ficar grávida e de ter um filho faria com que ela deixasse as drogas, mas infelizmente isso não aconteceu", acrescentou o pai da criança.
Reprodução Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!