A feirante Maria Eduarda dos Santos Gomes, de 22 anos, uma das suspeitas de participar diretamente da morte dos jovens universitários Manoel Gomes Teixeira Neto, de 20 anos, e José Costa de Lima Júnior, de 21 - assassinados no início de março numa estrada que liga os municípios de Espírito Santo a Goianinha, a pouco mais de 50 quilômetros de Natal -, se apresentou espontaneamente à Polícia Civil na manhã desta terça-feira (23). A jovem está grávida de três meses. Em entrevista exclusiva ao G1, concedida na tarde desta segunda (22), já havia alegado inocência e confirmado que se entregaria.
A suspeita se apresentou acompanhada do advogado Marcus Alânio Vaz. Após prestar depoimento, ela foi encaminhada para a ala feminina do Complexo Penal João Chaves, na zona Norte de Natal.
Segundo o delegado que investiga o caso, Wellington Segundo, a mulher é uma das duas mulheres que foram vistas na companhia dos universitários num bar no dia do crime. “Ela foi reconhecida por testemunhas e conforme as nossas investigações estava no local onde aconteceu os assassinatos participando ativamente de tudo”, afirmou.
A suspeita chegou à Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol), em Natal, por volta das 11h numa viatura, escoltada por funcionários de uma empresa particular de segurança e usando coletes à prova de balas.
O delegado acredita que cinco pessoas estão envolvidas no crime, sendo um deles menor de idade, e que os assassinatos estejam relacionados com dívidas de drogas. Um casal suspeito já foi preso pela Polícia Civil e o marido de Maria Eduarda, também suspeito do duplo homicídio, está sendo procurado pela Polícia Civil.
Revogação da preventiva
O advogado de Maria Eduarda, Marcus Alânio Martins Vaz, já ingressou com um pedido de revogação da preventiva. "É inconcebível essa menina ter cometido esse crime. Se o mandante é um traficante, e todo traficante tem um braço armado na quadrilha, por que ele mandaria uma mulher grávida executar os dois rapazes?", questionou.
Marcus Alânio também chama a atenção para as tatuagens de Maria Eduarda. "Minha cliente tem tatuagens pelo corpo. Uma delas, inclusive, é bastante peculiar. É uma lágrima no rosto. Como as pessoas que estavam no bar antes do crime não citam as tatuagens como uma referência da suspeita das execuções?".
Mesmo com o pedido de revogação da preventiva, Marcus Alânio já antecipou que vai pedir que Maria Eduarda fique em prisão domiciliar. "Minha cliente está grávida e tem histórico de gravidez de risco. Por esse motivo vou pedir a domiciliar".
As vítimas
Manoel Neto é filho do vereador Wober de Souza Teixeira (DEM), eleito em Espírito Santo. Já o amigo, José Costa Júnior, filho de um subtenente aposentado da PM. Familiares de Manoel confirmaram que ele estudava Matemática na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O amigo, cursava Fisioterapia, afirmou um tio dele.
Para o investigador, o caso começou a ser esclarecido quando um casal foi preso na praia da Pipa, em Tibau do Sul, com alguns bens roubados das vítimas. “Eles não tinham ligação direta com o crime, mas através deles nós chegamos aos três suspeitos que foram presos posteriormente”, acrescentou.
Até o momento, a polícia descobriu que dois casais e um adolescente tiveram participação na morte dos universitários. O adolescente foi apreendido junto com o traficante e a mulher morena, mas já foi solto. O casal continua detido. Além de Maria Eduarda, a polícia também procura por um homem identificado apenas como 'Tonhão'.
Reprodução Cidade News Itaú
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