A mãe da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, que morreu queimada após assalto a seu consultório em São Bernardo do Campo, no ABC, disse na tarde desta quinta-feira (25) que a filha foi vítima de “uma crueldade”. “Fizeram uma crueldade, o que eu espero é Justiça. Mas cadeia é estágio para o crime, eles vão lá e voltam piores, eu não sei o que esperar”, afirmou a mãe, Risoleide Moutinho de Souza.
Segundo a Polícia Militar, um trio invadiu o consultório na Rua Copacabana por volta das 12h30 e anunciou o assalto. Como eles não encontraram dinheiro, a dentista entregou o cartão e a senha.
Waldomiro Bueno Filho, delegado seccional da cidade, informou que os ladrões sacaram R$ 30, enquanto um outro continuava no consultório com a dentista e uma paciente. Depois, os criminosos voltaram, atearam fogo na vítima e fugiram em um carro. Um quarto assaltante aguardava os outros em um Audi estacionado perto do consultório.
Testemunha
A polícia já ouviu a paciente que estava no consultório quando os criminosos chegaram. Ela disse, de acordo com o delegado, que um ladrão colocou um capuz em sua cabeça, mas que ouviu a dentista conversando com os criminosos.
Segundo a testemunha, Cinthya disse que não possuía dinheiro em caixa e deu o cartão de crédito e a senha para que eles fossem sacar, mas informou que tinha pouco saldo na conta.
O delegado conta que a paciente relatou ter ouvido a dentista gritar muito, pedindo para que os ladrões “não fizessem isso”.
Waldomiro disse que já tem suspeitos do crime. “Para dar uma satisfação para essa brutalidade, nós vamos identificar esses criminosos o mais rápido possível”, disse. Ele citou que, há cerca de dois anos, uma quadrilha roubava consultórios odontológicos na capital paulista e agia com a mesma crueldade. O delegado disse que cruzará os dados com os desse caso.
Os pais estavam em frente ao consultório na tarde desta quinta e recebiam o apoio dos vizinhos. Viriato Gomes de Souza, pai da vítima, disse que a dentista não namorava nem era casada. Ele acrescentou que a filha não tinha se envolvido em nenhuma briga que justificasse tamanha crueldade. “Espero que a sociedade possa ser mais harmoniosa e viver em respeito. E que casos como esse não voltem a acontecer”, disse.
Ele contou que a filha atendia apenas pessoas conhecidas, como os vizinhos. O pai lembrou que, em 2010, a dentista sofreu uma tentativa de assalto ao deixar o consultório, mas um segurança da rua conseguiu impedir o roubo.
Vitória Fernandes, que era vizinha e paciente da dentista, mas não estava no consultório no momento do crime, falou sobre a profissional. “Ela era uma pessoa muito boa, muito simples, não cobrava consulta, apenas o tratamento que ia fazer e, dependendo do tratamento, nem cobrava”, contou. A mãe de Cinthya trabalhava com a filha, agendando as consultas.
Reprodução Cidade News Itaú
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