Luís Fabiano é um dos jogadores do São Paulo mais animados com a possibilidade de classificação para a segunda fase da Libertadores. Ele tem conversado muito com os colegas de elenco e a todos diz que está sentindo que haverá uma vitória contra o Atlético-MG. ”Vai dar, vai dar”, repete constante e intensamente no Centro de Treinamentos.
Não sabe ainda se irá ao jogo. Quer evitar tumulto a todo custo. Não gostaria de ser cobrado pela expulsão contra o Arsenal de Sarandi, já com a partida termianda, o que o tirou por quatro jogos da Libertadores. Considera que foi uma punição muito exagerada.
Mas não é apenas por companheirismo ou por amor ao clube que Luís Fabiano se portará como um torcedor apaixonado durante o jogo contra o Galo. Ele tem dito a amigos que a classificação e mais a fase final do Paulistão (Paulistinha?) são a grande chance de se reabilitar com os sao-paulinos. Ainda tem fresco na memória os protestos de 2003, quando foi, justamente com Kaká, chamado de “pipoqueiro”, o que o levou a acelerar sua saída do Brasil. Foi para o Porto.
Ele sabe que é ídolo do clube, sabe que fez 12 gols em 15 jogos, que já tem 168 na história do clube, mas sabe que muita gente está aborrecida por suas confusões: por indisciplina ficou fora da Sul-americana, no ano passado, por exemplo. E agora, no momento mais difícil, o clube não pode contar com ele na Libertadores.
A passagem para a segunda fase é fundamental para que tenha um retorno triunfal. Os problemas pessoais foram superados e está levando muito a sério o tratamento da panturrilha. Se os atuais jogos do Paulistão fossem decisivos, ele estaria em campo. Suportaria a dor, mas preferiu ficar de fora para voltar 110%.
Voltará no primeiro jogo das quartas, contra Penapolense ou Linense. E, depois, provavelmente contra Santos ou Palmeiras, sonha em fazer a diferença. E, como sonhar não custa nada, aposta também em gols contra o Galo, lá em Minas, no segundo jogo das oitavas da Libertadores.
São sonhos que seriam muito mais possíveis de se concretizar se ele houvesse mostrado maturidade contra o Arsenal. E seus críticos – cada vez há mais – lembram que, contra o Corinthians, ele repetiu a dose. Jogo terminado, foi reclamar do árbitro. ”Não é por falta de avisar”, diz um amigo do craque.
Não há muito o que fazer. O pacote Fabuloso é assim: gols, raça, mas cabeça quente sempre. Não há um sem o outro. E a solução não é esperar que ele mude. É rezar para que outros façam o trabalho duro para que ele volte depois, para um trabalho ainda mais duro.
Reprodução Cidade News Itaú
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