O advogado do cantor Cristiano Araújo, Josay Correa Jr., disse que vai recorrer da decisão que determinou ao sertanejo o pagamento de R$ 600 mil a seus ex-empresários. "Eles o abandonaram e depois que ele fez sucesso quiseram retomar o contrato", disse o defensor em entrevista ao G1.
A defesa dos empresários Roosevelt Anderson Gonçalves, Márcio de Paula Morais e Euler Rodrigues de Paula Martins, no entanto, nega que tenha havido abandono e afirma que também recorrerá da sentença. "Queremos fazer valer o contrato, que estipula uma multa de R$ 7 milhões", disse ao G1 o advogado Renan Soares de Araújo. As partes têm até o próximo dia 18 para entrarem com recurso.
Cristiano Araújo pediu na Justiça a rescisão do contrato de exclusividade pela dupla Cristiano e Gabriel, que ele deixou para fazer carreira solo. O juiz Paulo César Alves das Neves, da 5ª Vara Cível de Goiânia, negou o pedido do artista na terça-feira (2), mas minimizou o valor da multa, que por contrato era de R$ 7 milhões.
Na sentença, o juiz fundamenta que Cristiano considerava satisfatório o serviço dos empresários, porque não enviou nenhuma notificação de insatisfação. Também argumenta que o cantor infringiu o contrato ao marcar ele próprio algumas apresentações.
Para o advogado do sertanejo, o magistrado foi rigoroso. "Com todo respeito ao juiz, eu entendo que ele cometeu alguns equívocos nessa decisão. A própria contratação de shows pelo Cristiano mostra que o serviço não era satisfatório. Ele não fez isso porque gostava. Ele gosta é de cantar, não de ficar em telefone marcando show", defende Correa Jr.
Segundo o advogado, os empresários fecharam um contrato com a dupla no começo de 2009. Eles investiram na carreira, gravaram o CD e DVD, mas na hora de divulgar o trabalho, entraram em dificuldade financeira e sumiram. O suposto abandono teria ocorrido no segundo semestre de 2009.
Em janeiro de 2010, a dupla se desfez. A ruptura aconteceu devido a um desentendimento entre os dois integrantes no meio de uma apresentação em uma festa de aniversário, no Setor Bueno.
Durante todo o ano de 2010, Cristiano, que vive de música, teria investido na carreira solo e, durante esse processo, não teria tido contato com os ex-empresários. "A gente não conseguiu nem citá-los no processo, porque eles não eram localizados no endereço", alega o advogado.
Correa Jr. conta que após o sertanejo gravar dois CDs por conta própria, os antigos empresários reapareceram. "Eles notificaram o Cristiano, em maio de 2011, falando que voltaram a vender shows e ele, por ter um contrato de exclusividade, deveria cumprir a agenda", argumenta.
Projeto interrompido
Em entrevista ao G1, por telefone, o empresário Roosevelt Anderson Gonçalves, nega a versão apresentada pelo advogado de Cristiano. "Não houve nada disso. Abandono foi por parte dele, que terminou a dupla. Por isso não houve sequência no projeto", reclamou.
Segundo Anderson, como é conhecido no meio artístico, o CD de Cristiano e Gabriel foi lançado em dezembro de 2009 e a dupla se desfez em um mês depois. "Como disse o juiz, não houve tempo hábil. Está tudo provado nos autos. Ele agiu de má fé", rebateu.
A reportagem tenta contato com Luismar Oliveira Damascena (Gabriel).
Perfil
Cristiano Araújo estourou em 2011, com a música Efeitos, gravada com o também sertanejo Jorge, da dupla Jorge e Matheus. Em 2012, gravou o segundo DVD e fez sucesso com a regravação do hit "Bará berê" e com a música "Você Mudou", uma versão sertaneja de "Making love out of nothing at all", do Air Supply.
Mas sua carreira tomou uma proporção bem maior depois que ele foi preso por causa do barulho em uma festa na casa onde morava, em um condomínio de luxo da capital goiana, em agosto do ano passado. Um juiz que era vizinho do cantor chamou a polícia. Ele foi algemado e levado para a delegacia, onde prestou esclarecimentos e acabou liberado horas depois. Após ter sido detido, o sertanejo virou destaque nos noticiários.
Reprodução Cidade News Itaú
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