A Justiça do Rio Grande do Norte determinou a transferência dos dois policiais militares presos nesta sexta-feira (19) para a penitenciária estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. A informação foi repassada pela advogada que defende os PMs, Kátia Nunes. Na opinião dela, a medida é ilegal, uma vez que PMs devem ser encaminhados para presídios militares.
"Mandá-los para lá é assinar uma sentença de morte. Eles trabalhavam na rua, com certeza já prenderam vários condenados que estão lá. Não se pode colocar policias militares num presídio comum", defendeu a advogada.
Ainda segundo a advogada, os policiais militares Wendell Fagner Cortez e Rosivaldo Azevedo negam ter praticado o homicídio pelo qual estão sendo acusados. "Tenho um vídeo de uma festa infantil, na qual Wendell aparece no dia em que Jacson foi morto em Afonso Bezerra. Ele não pode estar em dois locais ao mesmo tempo. A mulher de Rosivaldo também me falou que ele tem um álibi. Imagens das câmeras de segurança mostram que ele estava em casa no dia do crime, 23 de março de 2013" indicou Kátia.
Os dois PMs estão sendo acusados de matar Jackson Michael da Silva Soares, de 24 anos, na zona rural do município de Afonso Bezerra, a 168 quilômetros de Natal. "Jackson é um traficante, suspeito de matar um o policial militar J. Fernandes. Ele nunca respondeu por isso. Agora os meus clientes estão sendo acusados pela morte dele", enfatizou a advogada.
Segundo o comandante geral da PM, coronel Francisco Araújo Silva, “os mandados foram expedidos em razão de um homicídio ocorrido no município de Afonso Bezerra, mas os dois também são investigados pela prática de outros crimes em Natal e região metropolitana".
Os dois soldados presos, ainda de acordo com o comandante, foram reformados (aposentados por questões de saúde) há poucos meses.
Crime em Afonso Bezerra
Segundo o coronel Araújo, os mandados de prisão contra os dois soldados foram expedidos em razão de um homicídio que aconteceu na noite de 23 de março, na zona rural do município de Afonso Bezerra. Na ocasião, três homens chegaram ao assentamento Floresta I em um carro tipo Corsa ou Celta de cor prata. Testemunhas relataram que eles procuravam por uma pessoa identificada como Jackson Michael da Silva Soares, de 24 anos. Ao descobrirem o endereço do jovem, o trio arrombou a porta da casa, mas não o encontrou.
Há relatos de que Jackson, o pai dele e a filha, uma menina de 4 anos, estavam em um assentamento vizinho, o Floresta II. Em uma carroça, Jackson e o pai perceberam a presença dos três homens desconhecidos, vestidos de preto, que caminhavam em sua direção. Os três mandaram que Jackson descesse da carroça e o derrubaram no chão. O pai de Jackson foi obrigado a voltar pra casa com a criança. Depois, pegaram Jackson e o levaram até a saída do assentamento, onde ele foi executado com vários tiros.
Reprodução Cidade News Itaú
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