Dois funcionários da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal estão na fábrica da empresa Unilever, em Pouso Alegre (MG), nesta segunda-feira (18) para fiscalizar a linha de produção de sucos com soja da Ades. Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira suspendeu a fabricação, distribuição, venda e consumo de todos os lotes dos produtos com soja da marca Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos da linha de produção da cidade.
Na quinta-feira (14), a Unilever anunciou recall em um lote do suco de maçã Ades de 1,5 litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, a contaminação com solução de limpeza foi detectada no lote com as iniciais AGB 25, fabricado em 25 de fevereiro, com "cerca de 96 unidades do produto AdeS Maçã 1,5 l".
"Nestas unidades, foi identificada uma alteração no seu conteúdo decorrente de uma falha no processo de higienização, que resultou no envase de embalagens com solução de limpeza da máquina. O consumo do produto nessas condições pode causar queimadura", afirmou a Unilever, em comunicado.
As informações apuradas pelos profissionais da Vigilância Sanitária serão utilizadas para definir se um processo administrativo será aberto e se haverá punição no caso da contaminação dos produtos. A inspeção na empresa teve início nesta segunda-feira, mas ainda não tem data para ser concluída.
Por meio de nota oficial divulgada nesta segunda-feira, a Unilever afirmou que o problema limita-se às 96 unidades de Ades sabor maçã, embalagem com 1,5 litros produzidas em Pouso Alegre, e que desde o dia 13/03/13 nenhum produto fabricado na linha onde foi detectado o problema foi distribuído ao mercado. A linha de produção encontra-se inativa.
Ainda segundo a empresa, a causa do problema já foi identificada e as medidas para correção já foram tomadas pela Unilever. A empresa está cumprindo todas as determinações da Anvisa publicadas nesta segunda-feira, incluindo a retirada do mercado de todas as unidades produzidas na linha onde foi detectada a contaminação.
A Unilever afirma ainda que os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com as iniciais "AG" permanecerão no mercado e se encontram em perfeitas condições para consumo, e que a empresa está colaborando com a Anvisa com todas as informações necessárias para a solução do problema.
Recomendação ao consumidor
Os produtos do lote de maçã com problema foram distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Segundo a empresa, a falha identificada "já foi solucionada, os produtos existentes na empresa foram retidos e os ainda presentes nos pontos de venda já estão sendo recolhidos".
O consumidor que tiver adquirido o produto não deve consumi-lo. "Em casos de queimaduras ou outro sintomas, procure imediatamente atendimento médico", orienta a Anvisa.
Para realizar a troca ou reembolso do produto, o consumidor deve entrar em contato com o fabricante, a Unilever. A solicitação pode ser feita gratuitamente pelo SAC no 0800 707 0044, das 8h às 20h, ou pelo e-mail sac@ades.com.br.
Em casos de dúvidas, a Anvisa também dispõe de uma Central de Atendimento: 0800 642 9782.
14 consumidores relataram problemas
Segundo a Unilever, até a manhã desta sexta-feira (15), 14 consumidores tinham entrado em contato com a empresa para relatar problemas com o produto. "Dos 14 atendimentos já realizados pelo SAC, 12 já receberam atenção médica adequada e estão sendo acompanhados, e dois não aceitaram", informou a Unilever.
Segundo a empresa, os clientes atendidos relataram queimaduras na mucosa, enjoo e náusea. Ainda segundo a Unilever, todos já receberam atendimento médico, sem necessidade de internação.
O Procon-SP informou que também está acompanhando o caso. "A empresa deverá apresentar os esclarecimentos que se fizerem necessários, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, inclusive com informações claras e precisas sobre os riscos para o consumidor", afirmou o órgão.
O Procon lembra ainda que os consumidores que já passaram por algum acidente causado pelo defeito apontado poderão solicitar "por meio do Judiciário, reparação por danos morais e patrimoniais, eventualmente sofridos".
Reprodução Cidade News Itaú
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