Terceira testemunha a ser interrogada no júri do goleiro Bruno Fernandes, Célia Aparecida Rosa Sales, prima do atleta, procurou livrar o jogador da responsabilidade pela morte de Eliza Samudio.
Célia afirmou que viajou para o sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), "no dia 9 ou 10 de junho", de 2010, período em que Eliza esteve no local. De acordo com a depoente, a modelo não estava sob cárcere privado, como sustenta a acusação e a polícia.
A prima de Bruno afirmou que Eliza, inclusive, se ofereceu para ajudar ela e Dayanne Souza a fazer o almoço. "Ela estava pegando sol na varanda, de biquíni. Se ofereceu para ajudar a fazer a comida."
A testemunha, que depõe na condição de informante, já que tem grau de parentesco com o réu, disse que Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o então menor Jorge Luiz Rosa levaram Eliza do sítio para que ela fosse conhecer um apartamento que Bruno iria lhe dar.
Ao sair do sítio, Eliza, que estava com o filho, despediu-se de Bruno, de acordo com a interrogada. "Ela disse: "tchau Bruno". Ele respondeu: "tchau, vai com Deus".
Célia afirmou que Macarrão era o "faz-tudo" de Bruno e Eliza. A depoente disse também que Eliza lhe confidenciou que poderia contar ao goleiro coisas sobre Macarrão. "Não sei por quê esse gordo está rindo. Se eu contar as coisas para o Bruno o que eu sei dele, a vida boa vai acabar"
Perguntada por José Arteiro de Almeida, advogado assistente da acusação, se Macarrão obedecia ordens de Bruno, Célia disse que ambos se relacionavam em pé de igualdade. "Ele [Bruno] não mandava no Macarrão. O Macarrão fazia as coisas porque tiinha que fazer."
Contradições
No depoimento de hoje, Célia disse que conheceu Wemerson Marques dos Santos, o Coxinha, quando esteve no sítio, entre 9 e 10 de junho de 2010. Já a polícia, em depoimento prestado em 2010, ela disse que conheceu Coxinha em 24 de junho de 2010.
A testemunha assumiu que, após o desaparecimento de Eliza, entregou o filho da vítima para Coxinha, nas margens da BR-040. Inicialmente, a prima de Bruno não mencionou a presença de Dayanne no momento da entrega da criança. Depois, confrontada pelo promotor, Célia afirmou que não sabia por que Dayanne estava no local junto com Coxinha.
A prima de Bruno disse, quando perguntada pelo advogado assistente da acusação, José Arteiro de Almeida, que não estranhou o pedido de Dayanne sobre o pedido para que ela entregasse o bebê a Coxinha. "Não fiz perguntas [sobre o bebê]."
Outra contradição diz respeito a Bruninho Samudio. À polícia, em 2010, ela disse que soube que a criança era filha de Bruno pela imprensa. Hoje, disse que conheceu Bruninho no sítio de Bruno em Esmeraldas (MG).
Uma terceira contradição cometida por Célia foi quanto à presença de Bruno no sítio nos dias em que Eliza esteve no local. À polícia, ela havia dito que o goleiro não esteve no local. Hoje, ela disse que o goleiro estava no sítio.
Célia disse que o filho de Eliza foi bem tratado na ausência da mãe, inclusive por Dayanne, que, segundo ela, tratou o bebê "como um filho".
Questionada por Henry Wagner de Castro sobre as mudanças de versão, Célia diz que temia ser presa por ter levado o bebê de Eliza e, por esta razão, mentiu à polícia.
Testemunha dispensada
O promotor Henry Wagner de Castro dispensou o depoimento do detento Jaílson Alves de Oliveira, que está preso na penitenciária Nelson Hungria, onde também estão reclusos o goleiro Bruno Fernandes, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão.
Arrolado pela Promotoria, Jaílson diz ter ouvido dentro da prisão uma confissão de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, sobre como foi a morte de Eliza Samudio. A testemunha também afirma conhecer outros envolvidos no crime.
Ex-caseiro depõe
A dispensa ocorreu após o depoimento de João Batista Alves Guimarães, que foi caseiro do sítio do goleiro em Esmeraldas (MG). As perguntas da acusação e da defesa foram sobre as circunstâncias em que ocorreu o depoimento de Cleiton Gonçalves, ex-motorista e amigo de Bruno, à polícia de Contagem (MG).
Em seu depoimento, Cleiton afirmou que Eliza Samudio ficou sob vigilância dentro do sítio do goleiro em Esmeraldas (MG). O ex-motorista do goleiro também afirmou que Sérgio Rosa Sales lhe confidenciou, dentro do ônibus do time 100%, que "Eliza já era."
De acordo com João Batista, o depoimento de Cleiton ocorreu em circunstâncias normais, sem coação.
Reprodução Cidade News Itaú
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