Todos os 115 cardeais com direito a voto e que confirmaram presença no conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI devem estar no Vaticano até esta quinta-feira (7), informou o porta-voz Federico Lombardi em entrevista coletiva na manhã desta quarta (6).
Nesta quarta-feira (6), chegaram a Roma os cardeais Antonios Naguib (Egito), Karl Lehmann (Alemanha) e John Tong Hon (Hong Kong).
A previsão agora é que até quinta, os últimos dois faltantes, Jean-Baptiste Pham Minh Mân (Vietnã) e Kazimierz Nycz (Polônia), cheguem ao Vaticano.
Lombardi também disse que a data do conclave ainda não foi definida. Nos próximos dias, as congregações voltarão a ocorrer pela manhã e à tarde, como ocorreu na segunda-feira (4). Devido ao elevado número de intervenções durante as reuniões, o tempo de fala de cada cardeal foi estabelecido em cinco minutos, mas de uma maneira flexível, afirmou o porta-voz do Vaticano, acrescentando que o áudio do microfone dos cardeais não será cortado passados os cinco minutos.
Durante a coletiva, foram mostradas imagens da preparação da Capela Sistina para o conclave. Uma cobertura está sendo colocada sobre o chão e as estufas que receberão as cédulas que serão queimadas estão sendo instaladas. Em uma delas serão colocados queimados os votos, enquanto na outra vão os produtos químicos para produzir a fumaça e comunicar ao mundo sobre a decisão dos cardeais.
Sobre a demora para a escolha da data do conclave (reunião secreta que elegerá novo pontífice), Lombardi disse que as reuniões devem ser encaradas como um processo. De acordo com ele, percebe-se uma vontade por parte dos cardeais de refletir e se preparar para o conclave.
Na entrevista, o porta-voz do Vaticano foi questionado se houve alguma orientação da Santa Sé para o cancelamento da coletiva dos cardeais norte-americanos, que também estava prevista para esta quarta-feira (6). O Padre Lombardi respondeu que a escolha do Papa é um caminho conjunto, que prega pela independência e liberdade dos cardeais. Na terça-feira (5), os cardeais americanos falaram sobre as congregações e disseram que pedofilia e casos de abuso seriam discutidos no conclave.
Ele afirmou ainda que as entrevistas coletivas dadas pelo Vaticano dão informações generalistas, porque são as únicas que podem ser divulgadas, dado o sigilo do processo de escolha do novo Papa. "Os cardeais são o corpo responsável pelas reflexões, um corpo que prega, que reflete, em um clima reservado, o que é uma garantia da liberdade".
Antes da 4ª reunião de cardeais, o brasileiro Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida, admitiu a dificuldade para a definição do calendário. "Essa data está difícil de sair", disse ele ao dirigir-se para mais um encontro. "Espero que comece no dia 11. Estou com saudades de Aparecida", afirmou.
Lista
Uma jornalista da CNN questionou o porta-voz sobre uma lista chamada de “Dirty Dozen” (Dúzia Suja), divulgada por um grupo de vítimas de abuso sexuais de padres (SNAP, na sigla em inglês). O documento indica os piores candidatos a Papa, da perspectiva dos escândalos sexuais, entre os cardeais da Igreja Católica.
Sobre o assunto, Federico Lombardi afirmou que não compete ao grupo definir quem deve ou não participar da escolha do próximo pontífice. “Nós acreditamos que não compete ao SNAP decidir quem vem ao conclave e quem é escolhido. Nenhum grupo pode fazer juízo sobre a escolha do pontífice. Os cardeais vão decidir por si próprios sem pedir conselhos”, afirmou. Ele acrescentou ainda que o Vaticano não tem uma resposta oficial sobre a lista.
Reprodução Cidade News Itaú
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