Rosalba prometeu R$ 160 milhões em obras para Mossoró só no ano eleitoral

A campanha eleitoral de Cláudia Regina (DEM) e Wellington Filho (PMDB) foi uma das mais “caras” para o Democratas em 2012 e não apenas pelos R$ 2 milhões investidos e declarados como gastos eleitorais pelos diretórios nacional, estadual e municipal do partido. Segundo os advogados de Larissa Rosado (PSB), autores do recurso contra expedição do diploma (RCED) de Cláudia e Wellington no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), foram cerca de R$ 160 milhões que Governo do Estado investiu em Mossoró para obras que tiveram um cunho eminentemente político, visto que a governadora Rosalba Ciarlini (também DEM) tratou de relacionar a continuidade dos recursos à eleição da candidata de seu partido.

“No caso de Mossoró, como é sabido, a governadora Rosalba Ciarlini, que em tese é representante executiva de todo o Estado, não foi candidata em 2012, mas comportou-se como tal e desde muito abusou do poder político que angariou ao chefiar o Estado para viabilizar o nome de sua afilhada política aqui demandada, isto sempre com o consentimento e conhecimento desta”, analisaram os advogados de Larissa Rosado, que foi derrotada na campanha de outubro passada para Cláudia Regina, por cerca de 5 mil votos de diferença.

Segundo eles, durante o período eleitoral, Rosalba “passou a vir semanalmente a Mossoró não apenas para fazer campanha em prol dos investigados, mas para anunciar, lançar, prometer, assinar ordens de licitação, ordens de serviço, para inaugurar e visitar obras multimilionárias”, e que “em concomitância, passou a difundir em toda a cidade, em carros de som, em comícios, nas mais variadas mídias sociais e que a continuidade desse vultoso trabalho, que não é pessoal seu, mas sim do Estado do RN, só será possível se sua candidata for eleita”.

A petição inicial que deu origem ao RCED traz uma série de informações a respeito da sequência de fatos ocorridos em Mossoró que dão sustentação a essa denúncia de irregularidade. Basicamente, a estratégia ressaltada na ação era a seguinte: Rosalba anunciava uma grande obra em Mossoró e, no dia seguinte, aproveitando o destaque que a mídia dava para aquilo, anunciava que sua candidata na cidade era Cláudia Regina e, ela ganhando, poderia fazer ainda mais pela cidade.

Nesse contexto, é destacado o texto de um blog onde Rosalba garantiu que o “Governo do Estado já contabiliza R$ 400 milhões em obras em Mossoró – lançadas, licitadas e iniciadas”. E, no dia seguinte a publicação da matéria, a governadora anunciou durante a campanha de Cláudia Regina: “Eu preciso dessa prefeita para fazer mais por Mossoró”.

E o RCED segue fazendo a mesma relação: discurso de Rosalba de determinado benefício para Mossoró e a participação dela na campanha de Cláudia Regina. “Parceria nós fazemos com que é amigo, quem é leal. Por isso, a minha parceria é com Cláudia Regina na Prefeitura. Cláudia, se prepare para que nós duas vamos fazer por Mossoró”, teria afirmado Rosalba, em destaque dos advogados de Larissa.

É possível, também, ressaltar um “pacote de bondades” que a governadora Rosalba Ciarlini teria apresentado para os eleitores de Mossoró, com muitas dessas obras. “No caso de Rosalba Ciarlini poderia se perguntar por que ela não lançou, semanalmente, seu ‘pacote de bondades’ antes do período eleitoral. Mas a resposta é evidente: não teria o pacto tanto impacto quanto possui no período em foco (eleitoral)”.

“Por que, por exemplo, licitar a obra do Teatro Lauro Monte exatamente no mês de agosto do período eleitoral se, como o blog em questão mesmo ressalta, o teatro já estava desde muito em ruínas, paralisando desde 2010?”, questiona, citando outros casos, como no dia 7 de setembro, quando assinou a ordem de licitação para a adutora Santa Cruz/Mossoró, no valor significativo de R$ 22 milhões. “no dia seguinte, ‘colou’ em Cláudia Regina, adesivou carros, pediu voto no bairro de Santa Helena e lá deixou claro que a continuidade de tal trabalho só seria possível com a eleição dos representados”.

“PACOTE DE BONDADES DE ROSALBA CIARLINI A MOSSORÓ NO ANO ELEITORAL”

Hospital da Mulher: Inaugurado em março de 2012, foi a primeira unidade a ter leitos para mulheres pós-parto na região de Mossoró. Obra custou, aproximadamente, R$ 16 milhões;

Reforma do sistema de abastecimento de Mossoró: troca de 400 quilômetros de tubulação, substituindo canos velhos que já tinham mais de 40 anos;

Aquisição de motobombas para o suporte dos poços da Caern: investimento de R$ 1 milhão;

Duplicação da estrada Mossoró-Tibau (foto), reivindicada há décadas para fomentar o turismo da chamada Costa Branca: investimento de R$ 39 milhões que teem peso decisivio para o fortalecimento do turismo na Costa Branca. Obra era esperada “havia décadas”;

A adutora Santa Cruz-Mossoró, uma obra de R$ 80 milhões que ajudará a resolver o problema de abastecimento na cidade e contemplará também as comunidades rurais de Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado;

Saneamento básico dos bairros de Abolição III e Abolição IV, e de vários outros pontos da cidade;

Liberação de R$ 3 milhões para o serviço de radioterapia do Hospital do Câncer;

Reforma do Hospital Rafael Fernandes, investimento de R$ 1,7 milhão;

Construção da escola técnica;

Obras de ampliação do Hospital Regional Tarcísio Maia, que receberá agora UTI pediátrica e outra adulta, além de estrutura da área pediátrica. Obra orçada em R$ 4,5 milhões;

Ampliação do Itep;

Transformação da Estação Rodoviária em Centro Administração Integrado, orçada em um valor superior aos R$ 8,6 milhões;

Reforma do Teatro Estadual Lauro Monte Filho, obra avaliada em R$ 2,6 milhões;

Construção da caixa de distribuição de água do Sumaré, que vai beneficiar os moradores das áreas circunvizinhas;

eforma e ampliação de cinco escolas estaduais;

Inauguração da Delegacia de Homicídios e entregou R$ 2 milhões em equipamentos e veículos.

Total anunciado em obras (que têm valor): 158,4 milhões

Reprodução Cidade News Itaú