O promotor Henry Castro afirmou, nesta terça-feira (5), acreditar que o goleiro Bruno Fernandes esteve no local em que Eliza Samudio foi entregue ao ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano (MG). A modelo foi morta na casa de Bola, segundo a polícia.
A declaração foi dada ao final do segundo dia de julgamento de Bruno --acusado de ser o mandante do sequestro e morte da modelo--, que ocorre em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), e sua ex-mulher Dayanne de Souza --acusada do sequestro do filho de Bruno com Eliza.
De acordo com o promotor, há um registro de uma câmera de vigilância, na entrada do condomínio onde fica o sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), que mostra Bruno chegando no local com o carro de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ex-assessor particular do goleiro, cinco minutos antes de o próprio Macarrão chegar ao imóvel depois de ter saído com Eliza, em 10 de junho de 2010 --data que a polícia diz que a modelo foi morta.
O inquérito policial e a denúncia do Ministério Público não indicam o o local onde Bruno estava no momento da morte de Eliza. O relato do primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, que baseou em grande parte o inquérito e a denúncia, aponta que Bruno permaneceu no sítio enquanto ele e Macarrão levaram Eliza para a morte. A Promotoria também não tinha ainda sustentado que Bruno esteve no local onde supostamente Eliza foi morta.
Outro ponto que corrobora com a sua tese, afirmou o promotor, é uma ligação do celular do primo de Bruno Jorge Luiz Rosa para a ex-mulher do goleiro Dayanne de Souza, naquela noite. O telefonema durou 51 segundos. Para o promotor, era Bruno quem usava o aparelho e avisava sua ex-companheira que estava com o bebê de Eliza.
"A Promotoria vai sustentar o mando do Bruno, mas esses elementos nos remetem a entender, com extrema probabilidade, a presença dele no local do assassinato de Eliza", afirmou Castro.
O terceiro elemento que embase a tese do promotor foi o primeiro depoimento de Sergio Rosa Sales, primo de Bruno, que afirmou à Polícia Civil de Minas Gerais que o goleiro presenciou Eliza sendo morta. Depois, em outros depoimentos, ele mudou a versão e negou que o primo viu Eliza ser morta.
Semiaberto para Bruno
O advogado de defesa do goleiro, Lúcio Adolfo da Silva, acredita que o goleiro possa sair da prisão em seis meses. "Ele pode ser absolvido, ser condenado por ter tido somente uma participação indireta, não sendo considerado o principal responsável, ou, numa terceira hipótese, no decote dos qualificações, ser condenado somente pelos crimes de sequestro e ocultação de cadáver", afirmou.
Para o defensor, na primeira situação Bruno sai da cadeia na quinta-feira (7). Nas outras duas, o acusado seria solto em seis meses e iria para o regime semiaberto.
No caso da estratégia de defesa não der certo, o advogado acredita que, em caso de condenação, da Silva acredita que o goleiro passa ser condenado em cerca de nove anos, no regime fechado. Lúcio, entretanto, disse que vai insistir no pedido de habenas corpus.
Reprodução Cidade News Itaú
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