A delegada Marta Dominguez, titular da Delegacia Especial de Apoio à Mulher (Deam) de Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, encerrou o inquérito sobre o padre suspeito de estuprar duas menores nesta segunda-feira (4). O caso será remetido ao Ministério Público estudal e, segundo a delegada, ficará a cargo da 7ª Promotoria de Investigações Penais 2ª Central de Inquéritos.
Emilson Soares Corrêa, de 56 anos, que era responsável pela paróquia da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro do Cubango, em Niterói, foi indiciado por estupro de vulnerável de duas irmãs. Uma delas teria 7 anos quando o caso ocorreu, há três anos. A outra irmã, atualmente com 19 anos, disse ter feito sexo oral com o padre quando tinha 13 anos. Ele está afastado de suas funções na paróquia e da Igreja Católica.
O pai das meninas também foi indiciado, pelo crime de extorsão. De acordo com a delegada, testemunhas do padre e a mãe da jovem de 19 anos confirmaram em depoimento que o pai tentou obter vantagens financeiras ao mostrar ao padre o vídeo em que o religioso aparece fazendo sexo com uma menor de 15 anos.
Segundo Marta Dominguez, as investigações não apontaram para crime de exploração sexual. "A extorsão foi confirmada por testemunhas do padre e pela própria mãe da jovem de 19 anos. Ela contou que depois de gravar o vídeo do padre fazendo sexo com uma menor, o pai chamou o padre para mostrar a gravação. Segundo ela, o pai disse: 'Agora que ajudou na reforma da casa, dê uma casa para ela'".
Ainda segundo a delegada, a mãe da menina também contou que o pai ainda fez uma ameaça velada ao padre dizendo que, se soubesse do caso, o ex-namorado da menor iria matá-lo quando sair da prisão", destacou Marta, acrescentando que o pai faz uma grave ameaça ao padre ao exigir uma compensação para não divulgar as imagens.
O caso de abuso sexual vem sendo investigado desde novembro de 2012, quando Ubiratan procurou a delegacia para denunciar que o padre havia acariciado as partes íntimas de sua filha, hoje com 10 anos, durante um passeio, há três anos. A menina foi submetida a exames de corpo de delito, que provaram que ela não foi desvirginada. Já a irmã mais velha, atualmente com 19 anos, inicialmente contou que mantinha relações com o padre desde os 15 anos. Depois reviu o depoimento e afirmou que fazia sexo oral com o religioso aos 13 anos de idade.
A delegada também ouviu a menor que aparece no vídeo com cenas de sexo entre ela e o padre. O pai entregou na terça-feira passada (26) o vídeo à delegada. Tanto o padre Emilson quanto Ubiratan responderão pelos crimes em liberdade.
Jovem admitiu relacionamento com o padre
A jovem de 19 anos admitiu à família que mantinha relações com o padre e, após a confissão, foi orientada pelo pai a gravar um vídeo do encontro com o religioso. A menina, então, teria chamado uma amiga de 15 anos, que topou gravar o vídeo. É essa menina que aparece nas imagens em relações sexuais com o padre. A partir de 14 anos, quando não há violência e o sexo é consensual, não configura crime, como esclareceu a delegada da Deam de Niterói.
"Em depoimento, a jovem disse que às vezes se encontrava com o padre na sua própria casa e, outras vezes, na casa paroquial. Ainda não tivemos acesso ao vídeo. Vou dar um prazo de 48 horas para que o pai traga a gravação. Se ele não trouxer, vai responder por desobediência", disse a Marta Dominguez.
Emilson Soares admitiu ter mantido relações sexuais com a irmã mais velha, mas alegou que isso foi apenas depois que ela completou 18 anos, em 2012. O padre disse ainda que foi chantageado depois que o vídeo foi gravado, denúncia que levou ao indiciamento dele.
Reprodução Cidade News Itaú
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