“Onde há esperança, há vida. Confio em Deus e por isso acredito que ela possa estar viva em algum lugar”, enfatiza a comerciante Maria Rosa Amaral, mãe de Gleiciane do Amaral Teotoni, que desapareceu com o marido Agnaldo da Silva Gonzales e o filho de 5 anos, Matheus do Amaral Gonzales, há oito meses, em Monte Negro (RO). Cinco pessoas, que foram presas no ano passado, suspeitas de envolvimento no desaparecimento e execução da família continuam presas na Casa de Detenção de Ariquemes. A Polícia Civil afirma não ter pistas da localização dos corpos.
A comerciante, que reside em Apuí (AM), conta que na época do desaparecimento foi até Monte Negro e ficou 60 dias na região a espera da localização da família. Afirma que Gleiciane vivia há 10 anos com Agnaldo e que os dois mantinham um bom relacionamento.
Sobre o desaparecimento da família, Maria Rosa acredita que foi motivado por inveja. “Tem gente que quer enriquecer a custa dos outros, mas a mão de Deus está sob estas pessoas”, ressalta.
O filho do primeiro casamento de Agnaldo Gonzales, o motorista Wagner Araujo Gonzales, de 22 anos, que mora em Ji-Paraná (RO), diz não tem esperanças de encontrar a família viva. “Depois de tudo que a polícia descobriu, infelizmente existem poucas chances deles estarem vivos. Tudo que eu queria agora é que os criminosos falassem onde estão os corpos, para que a gente pudesse dar um enterro digno para eles”, destaca Wagner.
Wagner relata que mantinha uma boa relação com o pai e que dois meses antes do desaparecimento esteve em Monte Negro. O motorista afirma também que não tinha problemas com a madrasta, Gleiciane, e que a família era unida. “Lembro sempre do sorriso dele. Meu pai era uma pessoa sempre feliz. Quero que os criminosos paguem pelo que fizeram e fique o resto da vida na cadeia”, desabafa.
De acordo com o advogado Valdeni Paranhos, no dia 15 de abril está marcado uma audiência quando serão ouvidas as testemunhas de acusação. Para a audiência com as testemunhas de defesa, ainda não foi definida data.
Polícia Civil durante buscas na propriedade da família desaparecida (Foto: Eliete Marques/G1)
O caso
Agnaldo da Silva Gonzales, Gleiciane do Amaral Teotoni e o filho Matheus do Amaral Gonzales de 5 anos, foram vistos pela última vez no dia 29 de julho. Documentos pessoais e as fotos da família sumiram. O carro foi localizado no dia sete de agosto, incendiado, entre os municípios de Monte Negro e Buritis, cerca de 15 quilômetros de distância da propriedade da família.
Depois de 47 dias de investigação a Polícia Civil prendeu João Luiz de Souza, o 'Luizão', vizinho de Agnaldo, acusado de ser o mandante do crime; seu filho, Fabiano Andreotti de Souza, o 'Polaco', acusado de planejar e executar a família; Dione Henrique de Souza, o 'Di', acusado de auxiliar Fabiano e José Aparecido de Oliveira, o 'Zé Badocha', que mantinha contato com 'Neguinho', este acusado de ter planejado o sequestro e execução das vítimas. Neguinho foi preso em outubro, em Humaitá (AM).
De acordo com o delegado Ricardo Rodrigues, a família deve ter sido morta no dia que foi registrada como desaparecida. O interesse pelos bens da vítima, que possuía dois lotes de terras, cerca de 400 cabeças de gado, uma moto e um carro, teria motivado o crime. Buscas foram realizadas, mas os corpos não foram localizados. O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público.
“Concluímos o inquérito e nós temos convicção que aqueles indivíduos presos foram os autores do crime e que de fato o crime aconteceu. No entanto, os corpos não foram encontrados, mas continuamos o trabalho para localizá-los, apurando toda nova informação”, concluiu o delegado.
Operação Porteira Fechada deu início as buscas dos corpos em Monte Negro (Foto: Eliete Marques/G1)
Reprodução Cidade News Itaú
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