terça-feira, março 19, 2013

Globo se irrita com apagões e expõe falta de estrutura da Superliga


Jogo das quartas de final da Superliga masculina entre RJX e São bernardo tem apagão de 30 minutos

Os problemas de estrutura dos ginásios da Superliga se repetem a cada ano. Se na temporada passada as goteiras incomodavam, desta vez são os frequentes apagões durante os jogos. A situação tem irritado bastante a Globo, emissora que detém os direitos de transmissão do campeonato.

A empresa carioca transmite a Superliga em seu canal fechado, o Sportv, e por conta das sucessivas falhas de energia elétrica nos ginásios tem sofrido com alterações e atrasos na grade de programação, além de ver suas transmissões prejudicadas por se tornarem mais longas e menos interessantes em meio a tantas paralisações.

A Globo tem usado seus apresentadores e narradores para, ainda que discretamente, dar o recado e demonstrar sua insatisfação. Na semana passada, Sérgio Maurício, em Canoas, chegou a dizer "chega de apagão nesta Superliga". No dia seguinte, Tiago Leifert, apresentador do "Globo Esporte", também citou o episódio ao chamar a reportagem sobre a partida em seu programa.

De fato, os problemas têm sido frequentes na principal competição de vôlei do país. Nos playoffs da Superliga masculina deste ano, três partidas sofreram com interrupção por falta de luz, duas delas no confronto entre Sesi x Canoas, pelas quartas de final.

No sábado, dia 8, o ginásio na Vila Leopoldina, em São Paulo, foi afetado pela forte chuva que caiu na capital, e as luzes se apagaram por 20 minutos. Na quinta-feira seguinte, nova falta de luz, desta vez em Canoas, paralisou o jogo por 15 minutos. A assessoria de imprensa da equipe gaúcha explicou que o problema aconteceu por uma sobrecarga do gerador que parou de funcionar.

Já na série entre RJX e São Bernardo, o ginásio Adib Moisés Filho, no ABC paulista, também ficou sem iluminação, e o jogo foi interrompido no segundo set por 30 minutos. O problema ocorreu por um superaquecimento do gerador que o fez parar de funcionar.

"O gerador é movido a óleo diesel e é como um motor de carro. Ele precisa de refrigeração. Teve um problema no termostato, superaqueceu, queimou o gerador e parou de funcionar", explicou o gerente administrativo e de marketing do São Bernardo, Alexandre Stanzioni.

O regulamento criado pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) para a competição tem uma regra para tentar diminuir problemas neste sentido. Em jogos com transmissão, as equipes são obrigadas a usarem o gerador, e não a energia vinda da rede elétrica municipal.

Alexandre Stanzioni acredita que a regra facilita os apagões. Em sua visão, os geradores deveriam ser usados apenas em situações de emergência quando houver queda de energia. "O gerador seria um estepe e não a fonte oficial para manter a energia do ginásio o tempo inteiro, por cinco ou sete horas. Talvez seja mais fácil ele falhar do que a energia elétrica vinda da rua. A meu ver, é um mecanismo de reserva, e não de ativação", disse.

Reprodução Cidade News Itaú

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