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quarta-feira, março 20, 2013

Fuga de "Maníaco da Cruz" põe moradores em alerta do interior de MS


Dionatha Celestrino, atualmente com 21 anos, em imagem quando tinha 16 anos e cometeu 3 homicídios
Moradores de Rio Brilhante (MS) (160 km de Campo Grande) estão alertas desde que o assassino em série conhecido como "Maníaco da Cruz" fugiu da Unei (Unidade Educacional de Internação) onde estava internado, no último dia 3 de março. Em 2008, Dionathan Celestrino, à época com 16 anos, matou três pessoas na cidade, sempre deixando os corpos em posição de crucificação.

O medo também paira sobre a população de Ponta Porã (340 km de Campo Grande), na fronteira do Paraguai, pois a unidade de internação fica nessa cidade. A polícia não descarta a possibilidade de o jovem, hoje com 21 anos, ter fugido para o país vizinho.

Os mais preocupados são os parentes das vítimas. Vilma Teresinha da Silva, mãe da terceira vítima do assassino, diz que não tem conseguido dormir. "Não consigo mais ficar sozinha. Qualquer barulho eu já assusto." A filha dela, Gleice Kelly da Silva, tinha 13 anos quando foi morta asfixiada.

Por precaução, Vilma orienta as filhas mais novas a não andar sozinhas e ir da escola direto para casa. Transtornada com o fato de Dionathan estar livre, ela voltou a se tratar com um psiquiatra e faz uso de remédios controlados.

Vânia Neves de Oliveira, irmã da segunda vítima do maníaco, disse acreditar que o jovem já esteja em Rio Brilhante. Ela afirmou que não mudou a rotina por causa da fuga de Dionathan. Letícia Neves de Oliveira, 22, também foi morta asfixiada. O corpo foi encontrado no cemitério da cidade, igualmente posicionado em forma de cruz.

Vânia é uma das que afirmaram que o "Maníaco da Cruz" não cometeu os crimes sozinho. "Minha irmã era forte e sabia lutar. Ele nunca teria matado ela sozinha." Na época dos assassinatos, Dionathan confessou à polícia que agiu sozinho. As investigações também descartaram a participação de outras pessoas.

CIDADE ONDE ELE FUGIU FAZ FRONTEIRA COM O PARAGUAI

  • Arte/UOL
Julgamento macabro
A frieza com que Dionathan Celestrino cometeu os crimes ficou marcada na história policial de Mato Grosso do Sul. Ainda adolescente, ele seguia um ritual macabro –uma espécie de julgamento– para decidir pelas mortes das vítimas.

Abordadas aleatoriamente, elas eram interrogadas sobre a crença em Deus e a vida sexual. Dionathan concluía que as pessoas que admitiam crer em Deus, mas que já não eram mais virgens, eram "impuras" e, por isso, deveriam morrer.

Duas vítimas do maníaco – Catalino Cardenas, 33, e Letícia Neves de Oliveira, 22 – eram homossexuais.

Boatos
Desde a fuga da Unei de Ponta Porã, as polícias do Brasil e do Paraguai reforçaram as buscas por Dionathan. Toda semana, são verificadas informações –geralmente ligações anônimas– com prováveis pistas do assassino. Até agora, nenhuma informação se confirmou.

Na semana passada, uma imagem compartilhada nas redes sociais trazia a mensagem "'Maníaco da Cruz' está na região do Estrela do Sul e Imperial", que são bairros de Campo Grande. Segundo a polícia, não passou de boato.

Em um site de relacionamentos já existem três perfis com o nome de Dionathan Celestrino. As páginas não são atualizadas com frequência e são visivelmente falsas. As fotos expostas nos sites são da época em que ele foi preso. As imagens mostram o jovem em poses macabras, maquiagem escura e roupa preta.

Custódia
Por ter cumprido os três anos de medida socioeducativa destinada a menores infratores e ter completado 21 anos, Dionathan poderia ter sido solto. Ele só era mantido internado por determinação da Justiça, que se baseou em laudos que atestam que o jovem tem problemas psiquiátricos.

A determinação judicial era para que ele fosse internado em um hospital de custódia, mas não existe uma unidade nesses moldes em Mato Grosso do Sul. O superintendente de Assistência Socioeducativa da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Hilton Villasanti, afirmou que o Estado já tem uma unidade destinada ao maníaco, caso ele seja recapturado.

Reprodução Cidade News Itaú

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