A presença na campanha eleitoral da Serra do Mel do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e do ministro Garibaldi Filho detonou crise na base aliada da presidente Dilma Rousseff no âmbito do Rio Grande do Norte.
O PT decidiu chutar o pau da barraca, depois que viu os Alves reforçarem o palanque adversário na Serra, onde a vitória petista se transformou em questão de honra por tudo que aconteceu na terra descoberta e amada por Cortez Pereira.
Até então, o PT vinha suportando calado a aliança do PMDB com o DEM do senador José Agripino, maior crítico do governo Dilma, e até aguardava, de forma passiva, um eventual rompimento para promover a recomposição dilmista em 2014. Mas, o pedido de voto de Henrique e Garibaldi para o candidato Fabinho, do PMDB, contra a candidata Francisca do PT, provocou a explosão.
A reação veio primeiro pelo presidente estadual da sigla, Eraldo Paiva, que anunciou o projeto de o PT ter candidato próprio ao Governo do Estado em 2014, fechando a porta para uma possível candidatura Alves. Recado dado.
O exocet, porém, ficou sob a responsabilidade de um petista mais do que tradicional: Crispiniano Neto. Com autoridade de quem percorreu este País com o companheiro Lula no processo de fundação do PT, Crispiniano direcionou o míssil no rumo dos Alves.
Sem dó, nem piedade.
Em sua coluna “Prosa & Verso”, que assina diariamente no JORNAL DE FATO, o petista bateu e descascou feridas que pareciam saradas, ao chamar Henrique de “deputado Copa do Mundo”, selo dado pela deputada Fátima Bezerra (PT) quando ela não gostava dos Alves. E foi além, chamando de “corja” o grupo que esteve na Serra do Mel liderado por Henrique e Garibaldi, e desdenhando da promessa feita pelo deputado e pelo ministro de levar água para o município:
“Um grupo que não se pode dizer que é ruim de correr água, mas pode-se afirmar que é de lascar o cano…”
Para Garibaldi, sobrou a desconfiança do PT, na escrita de Crispiniano: “(Garibaldi) teve o desplante de prometer que, se o povo da Serra votar em Fabinho, ele levará para o município uma agência do INSS”.
E a acusação de prática de crime eleitoral. “Como pode um ministro de Estado prometer um serviço público, universalizado e republicano em troca de votos para o seu candidato?”, questionou.
Pois bem…
Crispiniano falou por ele e pelo PT, num recado duro, aberto e direto. É um fato novo na política potiguar, com leitura para 2014.
Evidentemente, o tempo e os interesses políticos vão dar a interpretação futura.
Reprodução Cidade News Itaú
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