Apenas sete dos 46 reservatórios que abastecem os 167 municípios do Rio Grande do Norte estão com volume d'água superior aos 50%. A situação é preocupante porque as previsões meteorológicas apontam para chuvas abaixo do normal no sertão nordestino em 2013. A situação é mais delicada se analisarmos as ações em discussão. Em caso de escassez de chuva, o Governo do Estado aposta em uma única alternativa para evitar o colapso no fornecimento de água à população: racionamento. A transposição também é um opção, porém, as águas do rio São Francisco só devem chegar ao RN em 2015.
Periodicamente, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) realiza uma série de medições nos reservatórios do Estado. A última medição, divulgada no site da secretaria, apresenta números colhidos até o dia 1º deste mês. Alguns reservatórios estão com volume abaixo dos 10% e apenas um, o de Pilões, secou completamente. A maioria está com o limite abaixo dos 50%. "A preocupação maior é que não está chovendo. Os reservatórios estão secando", alertou a coordenadora de gestão de recursos hídricos da Semarh, Joana D'Arc Medeiros.
Os sintomas da estiagem no RN, bem como projetos para combater os efeitos desta, são discutidos semanalmente em reuniões do Comitê Gestor Integrado da Seca. Convocado pelo Governo do Estado, o comitê é formado por secretários estaduais, Defesa Civil e representantes de órgãos relacionados ao tema. Nos encontros, são debatidos possíveis soluções para os 142 municípios que estão, desde o ano passado, em estado de calamidade devido à seca. Ontem, houve mais uma reunião.
O grupo já sofreu críticas dos próprios membros. Foi o caso do presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) e prefeito de Lajes, Benes Leocádio. "O que acontece é só a definição dos repasses de projetos e verbas federais. Fala-se muito, mas não há ação. Não adianta mais fazer relatório ou mapa de seca. É preciso agir", afirmou durante a realização da expedição "Retratos da Seca" - viagem organizada pela Federação de Agricultura e Pecuária do RN (Faern) que visitou cinco municípios no início do mês.
Não há um planejamento consistente para enfrentar mais um ano de seca. Caso não chova, a Semarh conta apenas com uma solução: racionamento de água. Solução que, inclusive, já é utilizada em alguns municípios. "Se a chuva não vier, não há muito o que fazer. O jeito é racionar. Conscientizar a população da importância do uso racional da água. Esse discurso é antigo mas, mais do que nunca, está atual", afirmou Joana.
A coordenadora de gestão apontou ainda as obras de transposição como solução para um possível desabastecimento dos reservatórios do Estado. "Mas a água do São Francisco só deve chegar em 2015, ou seja, temos dois anos ainda", esclareceu. As bacias Piranhas-Assu e Apodi-Mossoró serão as receptadoras das águas do rio.
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande (Caern) trabalha junto a algumas prefeituras para viabilizar um item necessário do projeto São Francisco. Trata-se do saneamento e esgotamento sanitários das cidades que vão receber a água.
Reprodução Cidade News Itaú
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