O taxista Rafael Fernandes, contratado pela manicure Susana do Carmo Figueiredo, que confessou a morte de João Felipe, de 6 anos, em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, contou a polícia, em depoimento na quarta-feira (27), que ouviu a voz de uma vizinha quando ligou para pedir que ela soltasse a criança. Segundo o delegado João Mário de Omena, que investiga o caso, a vizinha teria gritado ao fundo da ligação para que Susana liberasse o menino, mas a hipótese de que ela tenha tido participação no crime está descartada.
“Se essa vizinha soubesse que a criança estava morta dentro de uma mala logo ao lado da casa dela, ela não faria nenhum apelo para que a manicure soltasse o menino. É uma questão lógica. A Suzana fez tudo sozinha, arrumar um cúmplice só vai ajudar ela. Não cabe mais ninguém nessa ação. Se tivesse algum participante nisso tudo, ele teria abandonado ela”, disse o delegado.
Logo após saber do sequestro e perceber que havia transportado a criança e a suspeita do assassinato, Rafael ligou para o telefone fixo, que fica na casa da vizinha e Susana tinha usado para chamá-lo, e questionou o que ela faria com João. Mesmo com convicção de que Suzana agiu sozinha, o delegado não descarta a possibilidade de convocar a vizinha a depor.
“Uma testemunha a mais não faz falta. Impede que a Suzana invente mais. Se tivesse escapado, ela iria embora e ninguém nunca mais a acharia. Ela não tem nada que a prenda lá [em Piraí]. Não tem emprego, residência alugada”, explicou Omena.
Presa em Bangu
Susana, que está presa no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, confessou ter matado João Felipe na segunda (25), depois de ligar para a escola onde ele estudava se passando pela mãe, pedir para que ele fosse liberado da aula e colocado em um táxi. O garoto foi levado para o Hotel São Luís, onde acabou asfixiado. O corpo foi colocado em uma mala e achado pela polícia na casa de Susana. Uma das cinco versões dadas à polícia pela suspeita era de que o motivo do crime seria se vingar do pai da criança, com quem teria um relacionamento.
O delegado agora vai aguardar os laudos e pretende ouvir outras testemunhas na próxima semana, entre elas a camareira do hotel e os pais da criança.
Pai nega caso com manicure
O pai do menino, o empresário Heraldo Bichara Júnior, negou qualquer envolvimento com Susana.
“Nunca houve nada entre a gente”, afirmou Heraldo em entrevista ao G1. Ele disse ainda que João Felipe não tinha autorização para ser retirado do Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira por nenhum táxi
“Era sempre a mãe dele quem buscava e levava. Nunca mandamos táxi. Inclusive no início do ano foi nos dado uma ficha de autorização que a gente preencheu informando quem seriam as pessoas que poderiam buscar o João na escola. E somente eu, a Aline (mãe do garoto), meu pai e uma cunhada, que também tinha os filhos estudando no colégio, poderiam buscar ele na escola. Mas era sempre a Aline quem levava e buscava”, revelou.
Heraldo Jr. afirmou ainda que a família não pensa em processar a escola. “Não pensamos nisso, mas o colégio não pode querer jogar, dividir a culpa com a gente, que não temos. Essas versões apresentadas agora pelo colégio não condizem com a verdade”, concluiu.
Reprodução Cidade News Itaú
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